Don'Ana
Don'Ana tinha medo de quando escutava o pulsar do seu coração pelos ouvidos. Parecia que era a morte. Coração a gente tem que sentir bater, e não escutá-lo como se estivesse fora do corpo, ela disse.
Era medo, eu sabia. Não sei se era medo de morrer, duvido. O que ela temia mesmo era não ter mais coração, ela não me disse isso, mas desconfio. Don'Ana anda devagar e olha pro nada como se procurasse eternidade. Como se procurasse o coração em algum canto do tempo. E o tempo tem linhas que a gente torce sem querer.