Não Foi Somente Sexo

Noite de sexta-feira, sabia que meu namorado provavelmente não me faria nenhum convite para sair, pois, sairia com seus amigos como o habitual, não quis incomodar-lhe, sempre terminamos discutindo quando tento atrapalhar o seu dia de distracção com amigos. Informei-lhe que haveria de sair para tomar um sorvete com amigas. Estava cheia de vontade de me divertir, dançar, rir e ver outras pessoas se divertindo. Liguei para minhas amigas somente para confirmar que tinha sido autorizada para sair e coordenar o lugar onde iríamos nos encontrar.

Chegamos ao Bar "La Vie", o ambiente era excelente, o som não limitava a nossa conversa, todo mundo se divertindo, homens e mulheres bonitas, os que não eram, estavam bem vestidos. Ficamos ali, conversando sobre assuntos banais, rindo a toa, o álcool ajudava a aumentar o nosso humor. Horas passaram, o ritmo da conversa foi diminuindo, dei por mim e estava avaliando o ambiente até que um olhar chamou minha atenção, um jovem com um olhar encantador, mas devido a distancia não deu para avaliar detalhadamente, somente deu para perceber que ele sorriu para mim. O tempo que me fora cedido (pelo meu namorado) já tinha esgotado, recebi a chamada do meu amor a perguntar onde eu estava, disse-lhe (por instinto) que já estava mesmo a caminho de casa e ia deixar uma das minhas amigas em sua casa (que era pouco distante da minha casa e naquela hora não corria perigo algum), ele disse que não haveria de voltar para sua casa naquela noite, "Eu já sabia, bjs e juízo" foram as minhas últimas palavras.

Tive que reconhecer que já havia bebido o suficiente e já estava na minha hora, saímos do bar um pouco desesperadas por causa da hora e naquele local era complicado encontrar um transporte público. A caminho da paragem, fomos intersectadas pelo jovem do olhar sedutor, estava em seu carro e sem companhia, perguntou se precisávamos de companhia, minhas amigas que são um pouco atiradas logo responderam que sim e ele concordou em acompanhar-nos até nossas casas apenas sob a condição de fazer-lhe companhia sentando no assento de frente, "Isso só? Sem problemas" assim respondi, estava tão segura de mim e sabia quais eram suas intenções, o meu nível de auto controle me deixava segura que nada haveria de rolar.

A caminho de casa uma das minhas amigas recebeu uma chamada de um dos seus amigos a fazer-lhe um convite para uma noite dançante, e coincidentemente era bem próximo do lugar onde estávamos. Paramos por um tempo, o jovem sem perguntar comprou algumas cervejas para nós, exactamente da marca que cada uma de nós estava a consumir "Quis fazer isto antes, mas não tive a oportunidade" após proferir estas palavras sorriu entregando-me a garrafa. Prestes a despedirmo-nos da minha amiga começou uma debate interessante sobre os relacionamentos actuais, tivemos argumentos divergentes, ele expôs suas ideias demonstrando muita inteligência conseguindo convencer a todos, terminamos a conversa sorrindo e com promessas de continuar no próximo encontro caso isso sucedesse. Minhas duas companheiras acabaram ficando por lá, o ambiente estava muito bom, mas para mim já não dava, estava muito acima da hora. Desliguei meu celular para evitar constrangimentos com meu namorado (pois não poderia contar-lhe a verdade, e não queria mentir-lhe).

Durante a nossa "viagem" a caminho de casa, conversamos muito pouco, ele mudou a sua postura de brincalhão e ficou mais sério durante a conversa que tivemos anteriormente comecei notar algumas qualidades dele e quanto ele era sexy. Tentei desviar-me desses pensamentos que já subiam a minha cabeça exageradamente que eu quase não me reconhecia, "Ele vai me deixar em casa" foquei-me nesse pensamento. De repente ele parou o carro, numa rua pouco movimentada, assustei-me mas permaneci calada, ele desceu, encostou-se ao murro para aliviar a sua bexiga de tanta cerveja que havia consumido, voltou, olhou para mim, sorriu, pegou na chave, ligou o carro, ficou em silêncio e paralisado por um instante como que estivesse arquitectando algo, tornou a olhar para mim fixamente, desligou o carro, segurou a minha mão como quem queria confessar-se, inclinei para baixo a minha cabeça, reparei para minha mão, enquanto sentia sua pele macia a tocar-me, engraçado como senti-me segura com ele em tão pouco tempo (só podia ser por causa do álcool, nunca havia me sentido assim com outro homem que não fosse meu namorado), senti-me indefesa e vulnerável. Levantei a minha cabeça e fui surpreendida por lábios macios invadindo os meus, "Uau! Como ele beija bem!", não conseguia perceber se aquilo estava realmente acontecendo, fiquei meio adormecida quando fechei os olhos, e a bebida já me deixava meio tonta. Ele rapidamente passou para o meu assento ainda me beijando(foi muito ágil), segurou em minha saia, meu desejo me guiava naquele momento, só precisava de uma pausa para poder dizer um "Não, parra", e foi tudo o que eu não tive, em segundos já me encontrava delirando com o seu dedilhar, "Me rendo", ele demonstrou muita experiência em fazer mulheres delirarem, e foi ali, entre gritos e gemidos, que deixamos nossos corpos mergulharem no desejo.

Quando tudo acabou, ele permaneceu em silêncio, voltou ao volante, respirou fundo, sorriu, ligou o carro e continuamos a nossa viagem.

Foi o máximo, eu nunca havia sentido algo daquele jeito, era tudo diferente do que estava acostumada.

Quando já estávamos bem próximos da minha casa, vi um grupo de jovens caminhando em nossa direcção, não prestei muita atenção para eles, fechei meus olhos, relaxei inclinado o assento para trás. Ele reduziu a velocidade e parou para cumprimentar os jovens, um deles comentou "Meu amigo, a quanto tempo? sempre acompanhado com uma baby?", ele cheio de si respondeu "Tem que ser, tem que se rebentar a escala." fiquei meio incomodada com a resposta mas permaneci calada no meu canto.

Aquilo despertou-me para o que realmente tinha acontecido ali.

"Eu entreguei-me completamente para um estranho"

Entreguei-me a partir do momento em que demonstrei que estava encantada com seu olhar

Entreguei-me quando aceitei que ele me dirige-se em seu carro (poderia levar-me para qualquer sítio)

Entreguei-me quando ficamos somente nós dois (eu tornei-me refém dele),

O pior de tudo é que gostei imenso de ter me entregado para ele.

Em momento algum pensei no meu namorado, aquele que me ama e me valoriza, que provavelmente a esta hora está preocupado comigo tentando ligar para mim somente para saber se cheguei bem e desejar-me uma boa noite. Agora estou aqui, com alguém que me expõe como mais um medalha ganha.

Levantei-me frustrada, o jovem com quem ele conversava abaixou a cabeça para tentar ver quem seu amigo tinha "rebentado" dessa vez... Quando olhei para ele... Meu Mundo Caiu... Era um dos amigos próximos do meu namorado...

Porra! Não Foi Somente Sexo

Lélio Machava
Enviado por Lélio Machava em 16/09/2015
Código do texto: T5383940
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