SAUDADES...
Saudades dos velhos tempos, que o vento levou.
Tempos, que não voltam mais...
Saudades de chegar em casa assentar na poltrona, ou mesmo banco de madeira
E não ter o que pensar...!
Ligar a televisão um programa bom poder assistir junto aos familiares.
“Sei que ficou na história”. Algo tão bom que podia ver, sem se aborrecer...
Saudades de deixar as portas abertas, e ladrões não entrar para roubar.
Saudades de dormir com as janelas abertas sem ter medo de pichadores, vir te lambuzar com tintas, e te machucar.
Saudades de compadres e comadres que eram considerados mais que irmãos...
Saudades dos filhos, irmãos obedientes que a professora podia sorrir... Sem levar advertência, por tanta inocência.
Saudades das pessoas na qual podia confiar os seus segredos.
Saudades que a palavra valia mais que a escrita, segundo meus pais e avós.
Saudades das brincadeiras de roda, de piques, as historias, contadas para o sono chegar.
Saudades das farturas á mesa, mesmo sem geladeira pra refrigerar; mas a dispensa tinha pra doar.
Saudades dos banhos de rios, das lamas que fazíamos casinhas, panelas de barros, e os banhos noturnos pra se refrescar.
“Hoje olho para o tempo, e me põe a pensar”.
Só vejo as pessoas reclamarem, chorar de fome.
Rios que eram largos e fartos, em caminhos podem passar.
Pois, os lixos as lamas se pós a secar.
Tudo isso me dá saudades, quando criança eu pude aproveitar.
Meu pai me dizia:
“Filha isso um dia vai faltar”. Coma de tudo; aproveite à boa colheita. Pois, até raízes vai faltar, para um dia almoçar...
Eu não quis acreditar... Não sabia que um dia isso ia realizar. Que dias maus viriam, e hoje ele não está mais aqui, pra confirmar o tão dito.
Agora olho pra todos os lados só vejo pessoas fugindo para lugares, onde possam plantar...
Mas, a seca chegou e a terra secou, a semente não pode crescer. O fruto não colheu.
Tudo que ele um dia me falou; agora sei, que a palavra tem mais poder que um pedaço de papel, que um dia registrou.
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