QUANDO OS SINOS TOCAM
QUANDO OS SINOS TOCAM
Letícia e Felipe nasceram numa pequena cidade de interior e passaram lá em companhia de seus pais, durante toda sua infância e adolescência.
Para eles foi marcante aquele período feliz de sua existência, quando longe do bulício das grandes cidades, havia o espaço ao ar livre, para seus folguedos infantis sem traumas, inquietações que são as preocupações constantes de pais que habitam em grandes metrópoles.
Mas chegou a hora da mudança.
A escolinha da pequena cidade já não oferecia para as crianças já crescidas, tudo que elas deveriam aprender para somar conhecimentos e prepararem-se para a idade adulta.
Não foi fácil a adaptação na grande cidade.
Parecia tudo difícil desde a locomoção até ao espaço menor em que iriam habitar.
Cresceram, tornaram-se adultos as dificuldades foram esquecidas, mas ainda parecem ouvir até hoje as badaladas do sino da pequena igrejinha do interior anunciando momentos importantes para toda a comunidade.
O som harmonioso que do sino era escutado por todos e fazia com que acorressem para ser constatado o acontecimento, era aquele momento de confraternização, curiosidade e de pesar.
Já sabiam distinguir conforme o som das badaladas a hora do Ângelus, de um casamento ou de algum féretro que partiria da igrejinha, para o cemitério próximo ao local.
Hoje já se adaptaram ao grande centro onde residem, mas foram deixadas em sua memória, tudo que a vida da pequena cidade do interior, que tanto contribuiu para fortalecimento de sua personalidade, e de tudo que um cidadão honrado e digno deverá resguardar, e igualmente: QUANDO OS SINOS TOCAVAM...
Curitiba, 20/06/2006.
Dinah Lunardelli Salomon