ELE E ELA

Irreconhecível. Assim se encontra Ele.

Antes, rico, elegante, bem vestido, perfumado, dono de uma condição de vida confortável.

Agora, miserável, maltrapilho, trajando algo que se assemelha a um pano de chão imundo, engordurado. Ele, agora, cheira putridão, vive rodeado de moscas, seu lar são as ruas, seu alimento os restos encontrados nas lixeiras.

Ela está da mesma maneira. Acabada, esgotada.

Outros homens, também ricos, importantes, mas de índole baixa e má, não a trataram bem. Maltrataram-na e a fizeram quedar-se assim: arruinada. Graças ao desrespeito, mau-caratismo e ambição destes outros que só quiseram usá-la para o seu próprio bem pessoal, ela está assim.

E assim ambos se encontram.

Mas tentam lutar para se reerguerem, pois tanto Ele quanto Ela já passaram por muitas. Assim como o junco que se mantém em pé após o vendaval, eles se reerguerão e ressurgirão com mais força e esplendor do que outrora. Eles serão Fênix.

Hoje ninguém mais sabe quem são. Ninguém os reconhece.

Ele é o sofrido, forte e perseverante filho.

O Povo.

Ela é a esplendorosa, protetora e augusta progenitora.

A Argentina.