Piano
Sento em frente ao espelho e começo a sublimar a minha aparência. Péssima e saliente de emoções mal resolvidas.
Elaboro diversas caretas insanas, para ver se desarma a máscara. Sem sucesso. A noite mal dormida, comparo com uma luta; Eu versus eu mesma. Debatia entre os lençóis o tempo todo, até por fim desacordar. Por dentro, estou ferida, bem mais do que alguém pode imaginar.
Tudo aconteceu tão rápido. Como um forte e repentino estrondo, a minha vida passou e o findar do silêncio veio em seguida. Este me abraça forte deixando- me sem forças para fazer nada.
Olhando a porta do quarto aberta; Antigas quimeras juvenis não estão mais me exaltando. Adeus entusiasmo pueril do amanhã incerto. Pois agora sei bem!
O furacão da mudança passou ferozmente. Levou de mim a única presença daquele casarão; Minha mãe. Foram se os dias de sol mais energizantes que nenhum deserto já possuiu.
A sala nunca mais emitirá o solo belíssimo de piano. Sem sair da cama, miro pelo corredor o instrumento na sala. Forço minha mente a desenhar a imagem de mamãe digitando sua rapsódia querida.
E assim vou passar o dia ou talvez o resto da minha vida, projetando a imagem dela para assim não me sentir só.