Um viajante

Era uma vez o desejo de um louco viajante, um homem que desde criança, sentia uma inquietude, algo lhe faltava, e só quando o tivesse, se sentiria feliz. Então decidiu que quando cresce, iria em busca do seu grande ideal, algo muito grandioso que era como um tesouro, e quando possuísse, ele traria todas as respostas. A hora chegou, ele saiu pelo mundo, em cada cidade que chegava, ia atrás do que tinha de mais diferente, para ver se encontrava o que procurava, mas nada. O que sempre via era sempre o que existia em todos os lugares que passava, com pequenos detalhes diferentes, mas na essência o mesmo. Continuava sua jornada por lugares belos, outros nem tanto. Um dia chegou em uma cidade que estava em guerra, e sua população sofria as consequências da mesma, e a escassez dos recursos, para a mínima sobrevivência. Ele viu nos rostos das pessoas, que os seus desejos eram um só. O que lhe traria todas as coisas boas de novo.

Continuava caminhando, conhecia pessoas diferentes, personalidades incríveis, que provavelmente tinha muito a lhe ensinar, mas ele não podia para, estava focado no seu ideal, não tinha tempo a perde, cada minuto era valioso, mais na frente algo grandioso o esperava.

Conheceu a simplicidade, onde viu pessoas que aparentemente estavam felizes, ele não sabia como, com tão pouco, seus olhos brilhavam tanto, e muitas tinham sempre um sorriso no rosto. Mais ele tinha que continuar, lá certamente não estava suas respostas.

Chegou em um lugar, onde havia muita riqueza, e lá tudo era grandioso, as pessoas, também sorriam muito, lá sempre havia muitas festas com pessoas elegantes, mas algumas pessoas tinham algo estranho em seus olhos, que não combinava com tanto luxo. Lá sentiu-se menos animado, na verdade não sentiu quase nada. Viajou pra mais longe ainda, pensou quanto mais longe melhor, tenho mais chances de encontra o que busco.

Já faziam anos metade de sua vida, o homem já tinha ido a tantos lugares, conhecido tantas culturas, mas parecia que tinha absorvido pouca coisa, já não sabia mais onde procurar, talvez no fundo, ele nem sabia mais do que estava atrás, parou em um grande centro, e ficou observando as pessoas que iam e que vinham, crianças que corriam, e seus pais feito bobos atrás, casais que passeavam de mãos dadas, vendedores tentando chamar a atenção de seus clientes, com os mais diversos artifícios. Ele sentou-se em um banco ao lado de um velhinho, que lia um jornal distraidamente, e ficou ali, parado, imaginando como seria sua vida, se ele estivesse na sua cidade, que era bem longe dali.

Iludiu-se,e esqueceu, o verdadeiro motivo pelo qual estava caminhando, o grande sentido da existência, o que o seu coração precisava. O que ele só poderia achar dentro de si mesmo, estando ele em qualquer lugar do mundo! A paz.

Taiana Carvalho Paiva
Enviado por Taiana Carvalho Paiva em 21/07/2015
Reeditado em 11/09/2015
Código do texto: T5318491
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