Aventuras Tecnológicas
Oswaldo trabalhou por longos anos na agência de publicidade Wsais. Era uma espécie de faz-tudo nesta empresa. Foi designer, produtor e consultor, não necessariamente neste ordem. Este goiano era um exemplo de dedicação ao trabalho. Todos que conheciam o seu trabalho o elogiavam. Chegava sempre nos horários certos e nunca faltou ao serviço durante longos dez anos. O nosso personagem considerava-se parte importante da empresa. Às vezes, considerava-se dono da agência, principalmente quando os seus desenhos eram expostos na Internet e nos outdoors da cidade. Mas tudo isto ruiu quando o goiano foi desligado da agência. O seu empenho, a sua fidelidade e assiduidade não foram reconhecidos. Agora ele tornara-se apenas uma estatística, um número. No entanto, após o trauma da demissão, o nosso personagem teve uma ideia: Montar um blog. Ele fez os cálculos, elaborou planilhas, verificou os custos. Pronto!. Agora é por a mão na massa. Comprou um computador, uma câmera de longo alcance, e fez um poderoso plano de Internet. Começou a publicar as suas criações. No primeiro mês, recuperou cerca de cinquenta por cento do investimento. Em seis meses, toda a estrutura inicial estava paga. Empolgado, mudou-se para o centro da cidade e alugou uma sala maior. Contratou uma parceira para fazer a divulgação de seu trabalho. Mas o que ele não esperava aconteceu. Não houve crise na economia, tampouco prejuízo financeiro. Mas o que lhe afligia era a crise de criatividade. Não conseguia produzir nenhuma novidade para o mercado próspero On-line. Nunca acontecera isto em sua vida. Recorreu a psicólogos, psiquiatras, porém não obteve sucesso. Resolveu viajar pelo mundo. Conheceu vários países, novas culturas, e novos hábitos. Chegou a Índia e admirou-se com os templos sagrados e, principalmente com a vida dos adeptos do Budismo. Agora é um sacerdote desta religião. Adora a simplicidade e detesta a modernidade. Encontrou, segundo ele, o caminho da libertação. Deixou como herança para a sua família muitas dívidas resultantes das suas aventuras tecnológicas. O que lhe importava agora eram as meditações. Dinheiro Jamais. (Levi Oliveira)