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02 “Um dia a mais ou...”
Voltar um pouco no tempo, á oito anos estive também com problemas na mesma perna, ou seja: esquerda. Por incrível que pareça fiz fisioterapia e melhorei, fiquei cinco anos sem muitas dores, há oito meses recomeçaram às dores e desta vez a coisa foi piorando até ver que tinha de procurar o médico.
Fui claro! A um ortopedista que me pediu uma ressonância da coluna e o diagnóstico foi de acordo com ele preciso, suas dores são problema de coluna, mas eu vou lhe aplicar uma vez por mês uma injeção que vai acabar com isto tudo, são oito injeções ao custo de cento e cinquenta reais cada uma e o seguro não cobre.
Se o doutor falou quem sou eu para discutir, comecei a tomar às injeções e o fiz por três meses e a dor só aumentava, além de meu intestino e urina passarem a funcionar muito mal. Falei com o médico e ele disse que o problema não era do remédio, minha irmã caçula que foi enfermeira a vida toda me disse: é o remédio sim, isto é pura cortisona. Abandonei as tais injeções e pensei comigo... Se da outra vez eu fiz fisioterapia melhorou, vou procurar outro médico e explicar.
O outro médico olhou e nem discutiu, me passou o pedido de fisioterapia e disse simplesmente, Senhor Valdemiro, saia daqui, vá ao balcão e marque uma consulta para este médico que é especialista em artérias. Tudo bem doutor, saí marquei e uma semana depois fui atendido, ele é bom de serviço, me mandou sentar e usou um parelho pequeno com um barulhinho de rádio com estática, depois de algum tempo me falou baixinho disse que era para minha esposa não ouvir: “Seu caso é muito grave, vou lhe dar alguns pedidos de exames das artérias”.
Saí de lá já desanimado, mas fui procurar o centro de radiologia ou algo assim, mais uma semana e consegui fazer o exame. Uma auxiliar me mandou ficar só de cueca, aproveitei para pensar... “Obá alguém até que enfim vai me ver de cueca italiana, velho trovador bobo” claro que é só pensamento de quem gosta de brincar com tudo, imagine que maluquice, se a dona esposa ao menos sonha que eu pensei isto adeus trovador e coitado de mim, ela nem lá foi, apenas falou do corredor pode entrar senhor Valdemiro.
Lá vou eu enfrentar o carrasco, este era carrasco mesmo. Enquanto ia vendo no computador às imagens ia desfilando um rosário de histórias, hoje me pergunto será que era para me deixar a vontade? Começou dizendo que eras atleta e a sua carreira foi interrompida justamente por que ele começou a fumar e dois anos depois teve de colocar ponte de safena e nunca mais a vida foi à mesma.
Seu Valdemiro eu tenho visto casos como o seu aqui desde que me formei e não adianta, eles vão colocar uns tubinhos mas não adianta que entope logo aí o senhor vem aqui sem um pé que foi cortado, faz tudo de novo daqui uns tempos o senhor volta sem o outro pé, depois vem sem um perna, depois vem, sem a outra e de cadeira de rodas e eu vou examinar os braços que vai estar tudo entupido igual estão suas veias da perna, não adianta.
Que vontade dar uma porrada no cara do tal grandão, mas como eu acho que estou no lucro de viver este tanto sendo que os meus irmãos mais novos se foram muito antes do combinado, só pensei: ele deve ter suas razões, vou ficar zangado porque?. Peguei os exames e voltei ao médico que os tinha pedido e ele me encaminhou para outro médico, este o cirurgião... Ele olhou e disse: vai me fazer outros exames de cateterismo para ver o quanto está entupido às artérias e volte aqui. Tudo bem, vamos lá.
Difícil marcar e obter a permissão do plano de saúde, mas felizmente... É demorado, mas tratam o freguês com o maior carinho, todos nota mil. Consegui finalmente depois de duas semanas me preparar para os exames e aí, conto depois. Um abraço galerinha.
02 “Um dia a mais ou...”
Voltar um pouco no tempo, á oito anos estive também com problemas na mesma perna, ou seja: esquerda. Por incrível que pareça fiz fisioterapia e melhorei, fiquei cinco anos sem muitas dores, há oito meses recomeçaram às dores e desta vez a coisa foi piorando até ver que tinha de procurar o médico.
Fui claro! A um ortopedista que me pediu uma ressonância da coluna e o diagnóstico foi de acordo com ele preciso, suas dores são problema de coluna, mas eu vou lhe aplicar uma vez por mês uma injeção que vai acabar com isto tudo, são oito injeções ao custo de cento e cinquenta reais cada uma e o seguro não cobre.
Se o doutor falou quem sou eu para discutir, comecei a tomar às injeções e o fiz por três meses e a dor só aumentava, além de meu intestino e urina passarem a funcionar muito mal. Falei com o médico e ele disse que o problema não era do remédio, minha irmã caçula que foi enfermeira a vida toda me disse: é o remédio sim, isto é pura cortisona. Abandonei as tais injeções e pensei comigo... Se da outra vez eu fiz fisioterapia melhorou, vou procurar outro médico e explicar.
O outro médico olhou e nem discutiu, me passou o pedido de fisioterapia e disse simplesmente, Senhor Valdemiro, saia daqui, vá ao balcão e marque uma consulta para este médico que é especialista em artérias. Tudo bem doutor, saí marquei e uma semana depois fui atendido, ele é bom de serviço, me mandou sentar e usou um parelho pequeno com um barulhinho de rádio com estática, depois de algum tempo me falou baixinho disse que era para minha esposa não ouvir: “Seu caso é muito grave, vou lhe dar alguns pedidos de exames das artérias”.
Saí de lá já desanimado, mas fui procurar o centro de radiologia ou algo assim, mais uma semana e consegui fazer o exame. Uma auxiliar me mandou ficar só de cueca, aproveitei para pensar... “Obá alguém até que enfim vai me ver de cueca italiana, velho trovador bobo” claro que é só pensamento de quem gosta de brincar com tudo, imagine que maluquice, se a dona esposa ao menos sonha que eu pensei isto adeus trovador e coitado de mim, ela nem lá foi, apenas falou do corredor pode entrar senhor Valdemiro.
Lá vou eu enfrentar o carrasco, este era carrasco mesmo. Enquanto ia vendo no computador às imagens ia desfilando um rosário de histórias, hoje me pergunto será que era para me deixar a vontade? Começou dizendo que eras atleta e a sua carreira foi interrompida justamente por que ele começou a fumar e dois anos depois teve de colocar ponte de safena e nunca mais a vida foi à mesma.
Seu Valdemiro eu tenho visto casos como o seu aqui desde que me formei e não adianta, eles vão colocar uns tubinhos mas não adianta que entope logo aí o senhor vem aqui sem um pé que foi cortado, faz tudo de novo daqui uns tempos o senhor volta sem o outro pé, depois vem sem um perna, depois vem, sem a outra e de cadeira de rodas e eu vou examinar os braços que vai estar tudo entupido igual estão suas veias da perna, não adianta.
Que vontade dar uma porrada no cara do tal grandão, mas como eu acho que estou no lucro de viver este tanto sendo que os meus irmãos mais novos se foram muito antes do combinado, só pensei: ele deve ter suas razões, vou ficar zangado porque?. Peguei os exames e voltei ao médico que os tinha pedido e ele me encaminhou para outro médico, este o cirurgião... Ele olhou e disse: vai me fazer outros exames de cateterismo para ver o quanto está entupido às artérias e volte aqui. Tudo bem, vamos lá.
Difícil marcar e obter a permissão do plano de saúde, mas felizmente... É demorado, mas tratam o freguês com o maior carinho, todos nota mil. Consegui finalmente depois de duas semanas me preparar para os exames e aí, conto depois. Um abraço galerinha.