Tibilico chegou!
Bilico era o Belisário e o ti era de tio. Mas a meninada da vizinha Anita não queria saber dessas explanações. Queriam era festejar o tio, que amassando poeira ou barro, chegava de Pitangui ao povoado do Brumado para visitar a irmã Anita - e não sair de lá sem provar de sua marmita.
E era uma penca formidável que compunha a progênie de Anita, casada com um Antônio Pinto, passando de 10. O coro de " Tibilico chegou" formava-se desde quando o Belisário apontava na esquina com seu indefectível guarda-chuva preto e o gingado resoluto daquele corpo franzino, quase de menino.
Talvez trouxesse umas balinhas para alegrar a criançada, talvez não trouxesse nada. Vê-lo só e dele receber a "bença", já era razão de festa pra molecada.
Era alfaiate de profissão e seus terninhos geralmente axadrezados acusavam algum desvio de costura, mal que dificilmente se cura
mas quem iria se desviar de sua carinha de toda cordura?
Embora errante na tesoura, teve vida afortunada, vendo seu maior tesouro, os filhos, estudarem e se empregarem, um dos quais até chegaria à chefia da magistratura municipal. Mas o Belisário não chegou a vê-lo deste nosso plano terrestre. Viu-o de mais alto.