* O CAVALO BRANCO *
O Primeiro encanto de menina mulher, aos quatorze anos, saindo do anonimato da adolescência para o mundo das descobertas: Amores, enganos, errando, aprendendo, analisando, concluindo, vivendo.
Foi numa festa religiosa, tradição das cidades interioranas. Todos os anos cada cidade celebra o dia da padroeira, com nove dias de novena e encerrando com a procissão.
Os habitantes do lugar recebem os costumeiros freqüentadores com quermesses, comidas típicas da cidade, leilão e passeios na pracinha após a novena. Todos exibindo roupas e calçados novos, feitos pelas costureiras locais. Ainda não havia este intercâmbio comercial entre as cidades, onde televisão, revistas, sites, igualam todos em conhecimentos e atualidades da moda.
A jovem hospedou-se na casa de uma família amiga. E eis que surgem dois jovens, filhos do casal, vindos de Fortaleza. – Meu Deus! Fortaleza! Cidade grande, longe, Lá só deve ter gente bonita, cheirosa, arrumada, aprendida e ganhando bem. Pensou a jovem na sua ingênua simplicidade de moça interiorana.
Fitou o olhar no jovem de tez branca, cabelos negros, sorriso farto, educado e sério. O coração não parou mais. O mundo mudou. Tudo era belo, cheio, sonhador.
O moço postou-se no espelho da sala, olhou sorrateiramente do espelho, encontrando seu olhar. As pernas ficaram bambas. Foram três dias inúteis de ânsia diária e expectativas frustradas.
O outro irmão estava todo impressionado com a jovem. Branquinha à moda princesa, bonequinha como a chamava, loira, perninha grossa, cintura fina, toda bem projetada. Mas o coração não ditou as ordens.
Findou a festa, foi embora sangrando. Primeiro aprendizado. - Imaginem se moço de Fortaleza vai se interessar por moça simples do interior, estudando em colégio de irmãs salesinas, cheia de recatos.
Chegou a casa. À tardinha sentou-se na calçada, hábitos das jovens do lugar. Sonhando, vista ao longe... Eis que aparece no início da rua montado num cavalo branco o dito jovem, parecendo um artista de filme. Daqueles filmes assistidos numa tela de pano na parede da igreja local.
A prima comentou: – Meu primo, nunca vem aqui! Veio por minha causa, pensou. O coração quase salta fora. Aproximou-se, apeou do cavalo, sentou-se, conversou um pouco. O céu é aqui, disse cá a jovem com seus botões. O moço pediu licença e foi à casa da tia. Entrou entusiasmada, foi ao espelho, ajeitou o cabelo, sorriu realizada com tanta sorte...
Pouco tempo depois desfila o cavalo de retorno. Os olhos se miraram num olhar de adeus. Apenas a imagem do cavalo branco permaneceu naquela lembrança como uma mensagem inesquecível:
Os sonhos só são realizáveis quando os dois corações se ligam no mesmo compasso, nas mesmas emoções, na mesma cumplicidade, no mesmo ritmo...
O Primeiro encanto de menina mulher, aos quatorze anos, saindo do anonimato da adolescência para o mundo das descobertas: Amores, enganos, errando, aprendendo, analisando, concluindo, vivendo.
Foi numa festa religiosa, tradição das cidades interioranas. Todos os anos cada cidade celebra o dia da padroeira, com nove dias de novena e encerrando com a procissão.
Os habitantes do lugar recebem os costumeiros freqüentadores com quermesses, comidas típicas da cidade, leilão e passeios na pracinha após a novena. Todos exibindo roupas e calçados novos, feitos pelas costureiras locais. Ainda não havia este intercâmbio comercial entre as cidades, onde televisão, revistas, sites, igualam todos em conhecimentos e atualidades da moda.
A jovem hospedou-se na casa de uma família amiga. E eis que surgem dois jovens, filhos do casal, vindos de Fortaleza. – Meu Deus! Fortaleza! Cidade grande, longe, Lá só deve ter gente bonita, cheirosa, arrumada, aprendida e ganhando bem. Pensou a jovem na sua ingênua simplicidade de moça interiorana.
Fitou o olhar no jovem de tez branca, cabelos negros, sorriso farto, educado e sério. O coração não parou mais. O mundo mudou. Tudo era belo, cheio, sonhador.
O moço postou-se no espelho da sala, olhou sorrateiramente do espelho, encontrando seu olhar. As pernas ficaram bambas. Foram três dias inúteis de ânsia diária e expectativas frustradas.
O outro irmão estava todo impressionado com a jovem. Branquinha à moda princesa, bonequinha como a chamava, loira, perninha grossa, cintura fina, toda bem projetada. Mas o coração não ditou as ordens.
Findou a festa, foi embora sangrando. Primeiro aprendizado. - Imaginem se moço de Fortaleza vai se interessar por moça simples do interior, estudando em colégio de irmãs salesinas, cheia de recatos.
Chegou a casa. À tardinha sentou-se na calçada, hábitos das jovens do lugar. Sonhando, vista ao longe... Eis que aparece no início da rua montado num cavalo branco o dito jovem, parecendo um artista de filme. Daqueles filmes assistidos numa tela de pano na parede da igreja local.
A prima comentou: – Meu primo, nunca vem aqui! Veio por minha causa, pensou. O coração quase salta fora. Aproximou-se, apeou do cavalo, sentou-se, conversou um pouco. O céu é aqui, disse cá a jovem com seus botões. O moço pediu licença e foi à casa da tia. Entrou entusiasmada, foi ao espelho, ajeitou o cabelo, sorriu realizada com tanta sorte...
Pouco tempo depois desfila o cavalo de retorno. Os olhos se miraram num olhar de adeus. Apenas a imagem do cavalo branco permaneceu naquela lembrança como uma mensagem inesquecível:
Os sonhos só são realizáveis quando os dois corações se ligam no mesmo compasso, nas mesmas emoções, na mesma cumplicidade, no mesmo ritmo...