UFA! QUE MATRACA!
UFA! QUE MATRACA!
Passava alguns minutos do meio dia. Sol a pino. Algumas nuvens brancas no céu, não encobriam o sol. Calor de mais de trinta graus. Ônibus lotado.
Uma mulher, aparentando menos de quarenta e mais de trinta anos, bem apessoada, quase bonita, falava ao celular:
- Pois é amiga, hoje foi a última audiência do divórcio. Até que enfim estou livre daquele calhorda!
Silêncio. Alguém falava do outro lado do diálogo.
Minha companheira no infortúnio do uso do ônibus voltou à carga:
- Eu te contei, né! Na penúltima audiência não houve acordo; o filho da puta do meu ex-marido, pois é: agora é ex. não aceitou pagar pensão para mim igual a dos meninos...
Parece que a amiga do outro lado da linha a interrompeu, mas foi rápido, pois imediatamente ouvimos:
- Não! Minha advogada o obrigou a pagar trinta por cento do salário dele, sendo uma conta só para mim e outra para os filhos.
Mais uma pausa rápida.
- Não, não é dez por cento para cada um de nós. É vinte e dois para os meninos e oito para mim. Mais tarde entro com uma apelação. É pouco, mas eu me viro.
Silêncio mais prolongado.
- Quero que ele vá para o inferno!
- ...
- Pois é, vou esperar uns três meses, arranjo outro advogado e entro com uma apelação. Viver com esta mixaria vai ser difícil.
- ...
- Não quero vê-lo nem pintado de ouro! Nem vou deixar os meninos vê-lo fora do combinado. Ele terá que respeitar tudo que foi acordado.
- ...
- Material escolar, uniforme e remédios ele terá que pagar por fora.
- ...
- Sempre fui honesta, sincera, leal, companheira, amante... enfim fiz de tudo para conviver bem. Mas ele não quis...
- ...
- O filho da puta usou como principal argumento perante o juiz de que “falo demais”. Veja só: chegou a dizer que pareço matraca.
Um usuário do ônibus, bem próximo dela se saiu com esta:
- Cruz credo, Ave Maria! Ele ainda aguentou fazer dois filhos! Eu não aguentaria uma semana com uma matraca desta no meu ouvido!
P. S. Fato verídico do nosso cotidiano.