um homem silitário
O homem só, sentado a beira da estradinha de terra estava olhando para o céu , era assim que gostava de ficar, apreciando os formatos que as nuvens iam tomando, levadas pelo vento forte.Naquele momento o ar estava pesado, cinza escuro, e a chuva não tardaria a cair, mas, isso não preocupava , chover forte, o vento jogar folhas secas no seu rosto , era rotina na sua vida atual.Sentado na poeira, a barba por fazer , os cabelos longos e sujos, e a roupa velha, cheirando a suor, faziam parte, já que não era mais a criatura que fora, nada como antes, tudo como agora.Lá no seu íntimo ainda possuía vestígios do que fora, mas, na aparência, estava a mil milhas de distância, já que fora um homem bonito, conquistador, confiante até demais em si, chegara a ser presunçoso,agora tudo terminado, o que passou, passou.Caso desejasse alguma coisa ainda poderia rer mudada, mas, o desânimo não permitia.Sua cabeça, algumas vezes até ficava meio confusa, mas ele tinha certeza que um homem pode escolher o seu
caminho no mundo.
Não estava desejando mais nada alem de ficar ali espiando as nuvens.Gostava de ver as mudanças, os desenhos, ele que sempre fora criativo e tivera belas idéias, e com elas subira tanto que a queda foi bem feia.Existem boas e más idéias.Seria justo com ele escolher ficar ali?Sempre ouvira dizer que colhemos o que plantamos, e a vida nos cobra pelos nossos atos.Isso ele aceitava, chegava mesmo a reconhecer uma verdade nisso.Houve um tempo, que parecia estar tão distante agora que tudo lhe pareciam ser flores, mão notou porem que essas falsas flores podem ser de pedras, e que, quando colhidas,ferem profundamente.Rira demais na sua vida!Vivendo ele até aprendera alguma coisa, menos a chorar por si próprio.
Descobrira um pouco tarde, que fora um fracasso.Algumas pessoas possuem um caráter forte, outros são como gelatina, que tomam a forma do recipiente que estão, e ele estava incluído nesse tipo.Agora pensava muito sobre as circunstâncias pelas quais passara.Quando foi que tudo começou a ruir?Fora ele uma vitima inocente ou um safado?Por anos foi um homem feliz, até demais,porem o mundo nos cobra pelas facilidades que ele mesmo oferece.Um trovão forte o tirou dos seus pensamentos, a chuva estava prestes a cair, e elenão tinha onde se abrigar, mas isto não lhe preocupava , pos, aqueles que vivem ao léu, estão sempre em casa.Aquela chuva ia lhe tirar a poeira e seria bem vinda.
Em determinado momento, quebrando a solidão, passou por ele um caboclo montado em um jegue..."dia seu moço"..."dia meu velho"...por algum tempo ele ficou olhando o vivente que ia apresado fugindo do temporal que se anunciava.Ele, porem, continuava ali, não tinha como fugir da vida que, agora, era a sua.Tempos desperdiçado, mas talvez, não desejasse mesmo mudar nada.Seria como um castigo que ele afligia a si próprio.Queria curtir o seu carna.Flanava na sua miséria.Novamente, por falta do que fazer, olhou para o céu, e as nuvens carregadas não formavam mais bonitos desenhos, era como um paredão escuro.Logo começaram a cair pingos grossos.O homem fechou os olhos e abriu a boca sedenta.Tina que aproveitar a chuva .
Em um impeto levantou-se , tirou a roupa, queria sentir no corpo magro o prazer daquela água gelada.Ficou ali, quieto, deixando a água escorrer , e assim, parecia que estava se livrando das suas responsabilidades, dos seus muitos erros passados, e com a alma lavada, livre de todas as amarras,principalmente, da sua ambição desenfreada, que o levara aquela situação...pode, finalmente, se sentir livre e em paz!