O Silencio
O homem marcado pelo tempo trabalha a terra fofa em sua lida diária, preparando-a para receber o quinhão de um tanto da espécie Lactuca sativa, prontas para serem transplantadas. Toma um punhado da terra fofa em suas mãos e começa a tocá-la, como se estivesse sentido o teor de seu NPK orgânico, sim ele prefere o orgânico, não que aquele outro de procedência química, não seja assim tão bom, mas ele prefere o orgânico...
Então chega o neto com a matula a tiracolo e aos pés da frondosa laranjeira, saboreiam a farofa de carne seca e cheiro verde, entremeada com arroz socado no pilão.
Ele coloca a mão no queixo, pensativo fixa o olhar na terra trabalhada e em seguida no horizonte matinal. O neto pergunta:
- O que foi vovô?
- Não foi nada meu filho, tô apenas ouvindo a voz do silêncio...
- O silêncio fala? O silêncio tem voz?
- Se você souber ouvir, tem sim...
Paira então entre eles, um lindo colibri e com movimentos ascendentes de suas asas, capta o néctar das flores da laranjeira, mantendo-se sincronicamente imóvel na presença dos dois observadores fascinados e após alguns segundos ele se vai...
O menino com voz pausada diz:
- Vovô eu ouvi a voz do silêncio!
Cai uma chuva fina e mansa, como se fosse o véu do silêncio a cobri-los com o som profundo da precipitação sussurrante...
Então chega o neto com a matula a tiracolo e aos pés da frondosa laranjeira, saboreiam a farofa de carne seca e cheiro verde, entremeada com arroz socado no pilão.
Ele coloca a mão no queixo, pensativo fixa o olhar na terra trabalhada e em seguida no horizonte matinal. O neto pergunta:
- O que foi vovô?
- Não foi nada meu filho, tô apenas ouvindo a voz do silêncio...
- O silêncio fala? O silêncio tem voz?
- Se você souber ouvir, tem sim...
Paira então entre eles, um lindo colibri e com movimentos ascendentes de suas asas, capta o néctar das flores da laranjeira, mantendo-se sincronicamente imóvel na presença dos dois observadores fascinados e após alguns segundos ele se vai...
O menino com voz pausada diz:
- Vovô eu ouvi a voz do silêncio!
Cai uma chuva fina e mansa, como se fosse o véu do silêncio a cobri-los com o som profundo da precipitação sussurrante...