Ele(s)agora começava a fazer sentido.

Pois então não vou falar!

Posso guardar isso pra mim, ninguém precisa saber que eu estou organizando uma excursão da minha língua pela boca dele...

E assim pensava ela, achava que seria fácil de esconder a vontade que sentia dele, era ingênua a ponto de pensar que seus olhos nunca a entregariam, e na verdade nem precisaram.

Naquela noite ele decidiu sair.

Mesmo cheia de trabalhos da faculdade por fazer, ela resolveu sair por aí sem pensar muito.

Disse para sua amiga que queria aproveitar a noite, mas isso não era verdade. O que fez a moça se borrar de batom vermelho e esborrifar o seu melhor perfume foi a possibilidade de talvez encontrar o moço por ali, mas esse era o segredo dela com ela mesma.

Então ela foi. Sem maiores pretensões, apesar de um desejo iminente, e um coração esperançoso, pra ela o ver de longe já bastava, um encontro casual então, seria o clíMAX da noite. Mas pelo jeito, a vontade não era só dela.

Trocaram algumas mensagens, e em seguida, ela com um sorriso enorme no rosto, avisa a amiga para esperar, pois ele queria lhe dar um "oi". Então começou a tremedeira, as pernas já não sustentavam o corpo, o corpo já não segurava a alma, e o coração quase saiu pela boca.

"Fique tranquila, vai dar tudo certo, faça o que tu sempre faz, seja natural, não olhe pra boca dele, não olhe nos olhos dele, não inspire o perfume dele..."

repetia isso mentalmente como um mantra que a acalmara por longos cinco minutos... e então ele chegou.

A boca congelou, e ela poderia afirmar que seu coração havia parado por alguns segundos...ela o queria muito, naquele momento, ali, na frente de um supermercado cheio de gente desconhecida, ela queria ele naquele instante mais do que qualquer coisa na vida (ó, até rima ele inspira).

Porém, foi um encontro normal, um abraço receptivo e recíproco, um beijo no rosto, algumas palavras trocadas, e cada um seguiu seu caminho, um para esquerda, outro para direita, sem bússola alguma, sem mapa pra se localizar, seguiram. E o coração dela na frente do supermercado ficou.

"Eu te disse que era loucura !" Gritou seu cérebro.

E ela concordou. Decidiu então deixar de lado essa sua vontade por uma noite. Mas essas decisões feitas pela razão não duram muito tempo, ainda mais quando se bebe uma ou quatro caipiras... Depois disso se tornou invencível, nada mais tinha importância, ela ia dizer, ia contar a ele sobre suas vontades, ia explicar o quão perfeito ele era aos olhos dela, ia desenhar um mapa explicando como foi parar ali na zona de conflito... ela ia contar tudo o que sentia, e na pior das hipóteses, culparia a bebida.

Foi então ao encontro dele, mesmo sem saber onde estava indo. Passou na frente do supermercado e pegou seu coração pela mão "vem aqui, nós vamos lá consertar essa cagada que tu fez." Não existia mais vergonha, o medo então sumira desde a segunda bebida... É HOJE!

Ela não lembra como chegou lá, apenas chegou, e quando se deu conta, estava protegida em meio aos braços dele... sua língua explorava cada canto daquela boca que tanto desejara durante duas semanas... seus pés flutuavam, suas mãos pareciam não acreditar que passeavam pelas costas dele... ao fundo, uma música linda tornava aquele momento perfeito, e ela percebeu que estava onde deveria estar ... ela estava NELE.

Continua ...

Eli.

paraFRASEando
Enviado por paraFRASEando em 18/03/2015
Reeditado em 18/03/2015
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