DESMATAMENTO ILEGAL


Wilson era filho de fazendeiros de Piracaia, São Paulo, e morava em um sítio não muito distante da pequena cidade.

Estava acostumado ao trabalho da fazenda, plantação de café, feijão e milho, e ainda criava alguns bois e vacas, ovelhas e patos. Enfim, dedicava-se à agricultura familiar. Era um rapaz um tanto rude e havia concluído apenas o primário. Ninguém o chamava de Wilson, para todos ele era o Virço, um moço da roça.

Conheceu a filha de outro fazendeiro, casou-se e recebeu uma parte de terras de seu pai, onde se estabeleceu com a família, tocando o mesmo tipo de atividade.

 
Mas como o café estava com o preço um tanto baixo e o feijão e o milho davam apenas para o consumo na fazenda, Virço teve a idéia de começar um reflorestamento para vender a madeira.

Suas terras tinham cobertura de mata nativa, a chamada mata ciliar, que é imune de corte, pois deixa a terra nua e pode assorear o rio que ela margeia. Seus parentes e amigos sempre acharam aquela mata tão bonita!

Certo dia, seu primo Zé Carlos passou para visitá-lo e levou um susto ao ver que a mata havia desaparecido. Perguntou-lhe o que acontecera.

Virço, cândidamente, lhe disse que havia mandado cortar tudo e transformar em lenha porque iria plantar calipi (eucalipto), para vender a madeira.

Zé Carlos ficou indignado com a atitude do primo e comentou:

"Mas o que vai acontecer quando as autoridades souberem que você desmatou ilegalmente?"

E o Virço, calmamente, explicou:

"Eu fiz um achego com os hóme."
Aloysia
Enviado por Aloysia em 14/03/2015
Reeditado em 14/03/2015
Código do texto: T5170345
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