Ele(s)

E então ela se viu perdida.

Sua cabeça parecia uma zona de guerra iraquiana, com explosões em lugares aleatórios do cérebro:

"BOW! Você só pode estar louca!"

"PAHHHH! Pare com isso agora!"

"BOOOOM! VOCÊ VAI SE LASCAR, E FEIO!"

Já não conseguia manter uma linha de raciocínio normal, seus pensamentos resolveram subir na montanha-russa e ela começava a ficar enjoada.

EI MENINOS, desçam daí!

A situação não era fácil, depois de um certo (e longo) tempo, seu coração tinha voltado a bater, mas seus miolos desmiolados não ajudavam, pois a situação era diferente agora.

Sim, BEM diferente. Já explico.

ELA estava completamente apaixonada por ELE,

mas não era um ELE qualquer, tipo esses ELES que entram no ônibus de manhã cedo e ficam flertando meninas desconhecidas, nem aqueles ELES tão lindos que parecem pedaços do céu...

ELE era ELE!

Passou então uma tarde terrível.

Fritando idéias dela, cozinhando possíveis respostas dele, mastigando palavras. É, culinária não era seu forte.

Apesar do clima agradável, com temperatura em torno de 14°, e uma chuva gostosa que tilintava em sua janela, foi o pior dia de sua vida, o dia em que ela percebeu o que estava acontecendo.

Ela andava diferente nos últimos dias.

Acordava cantarolando, seu rosto era mais alegre, suas conversas se tornaram mais receptivas, e seu coração batia em um ritmo diferente... ela não era mais ela.

Tudo ia acontecendo sem que ela percebesse,

até que neste dia em questão, ela se deu conta.

ELE era seu amigo. Um grande amigo.

"PQP, com tanta gente nesse mundão de Deus, eu fui me apaixonar por ele! Logo ele! Tão lindo, tão querido, com aquela sua boca rosada e dentes branquinhos feito leite...

logo ele, com aquela barba meio falhada, e aqueles óculos autoritários... porque SENHOR?"

Pois é, acontece.

Uma vez li um livro muito bom sobre relacionamentos, e nele havia uma frase bem legal que dizia "o amor vem para os distraídos", e nossa, ela era muito distraída.

Acho bem compreensível a situação da moça.

Ele era um amor de pessoa, fazia por ela tudo que nenhum fizera antes. Era gentil, atencioso, cuidava dela como se seus 23 anos fossem 8, e ela, desconhecida de tal tratamento, caiu no buraco da paixão e nem viu.

Eles eram parecidos.

Riam das mesmas coisas, ouviam as mesmas músicas, falavam sobre tudo, o dia todo. Isso fez o subconsciente dela acreditar que ele era sua alma gêmea, porém, ele esqueceu de avisá-la.

PORRA SUBCONSCIENTE!

E a coisa toda estava feita, não tinha mais atitude à ser tomada, ela queria ele, seu amigo, seu confidente, seu colega, seu ELE.

E como dizer isso pra ele?

"Hey, menino,

sabe quando você fala olhando pra minha boca?

Pois então, QUERIA PULAR EM TI E TE CALAR COM ELA!"

"Oi, como vai?!?

Tenho que te contar, estou apaixonada por alguém, e adivinha? VOCÊ FOI O PREMIADO! (chuva de papel picado) "

Ela realmente nunca esteve em uma situação parecida, era o tipo de garota "certa" que só se apaixonava por garotos completamente "errados", e ele, ahhhh ele,

ele era um garoto "certo", sem sombra de dúvidas...

Continua...

Eli.

paraFRASEando
Enviado por paraFRASEando em 14/03/2015
Reeditado em 14/03/2015
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