O sonho de Peter

Peter era um garoto de sete anos muito inteligente e criativo. Ele tinha lindos olhos verdes que ficavam atentos ao mundo ao seu redor, ele gostava muito de conversar com as outras crianças.

Exatamente por Peter sempre ter sido uma criança alegre e comunicativa, quando ele se tornou calado a professora logo se preocupou. Ela tentou conversar com ele:

--Meu querido, você está com algum problema?

--É um sonho que me perturba toda noite.

--Como é esse sonho?

--Nele o papai e a mamãe estão brigando, o papai é muito violento e a mamãe diz que vai pegar eu e a minha irmã e vai embora.

--É apenas um pesadelo, querido. Pesadelos não podem afetar a realidade.

No momento, Peter ficou calmo. Porém, nos próximos dois dias, a professora reparou que o menino continuava distante e triste, e quando questionado dizia novamente que era esse sonho que ele tinha toda noite, a professora tentou conversar com a criança de todos os jeitos, mas não haviam palavras que provassem para Peter que era apenas um sonho. Ela estava pensando seriamente, se esse comportamento continuasse, em falar com a mãe dele.

Mas, nem foi preciso chamar a mãe da criança, pois no dia seguinte Vitória, a mãe de Peter, apareceu. A senhora foi falar com a professora :

--Bom dia, eu sou a mãe do Peter e da Paula. Eu vim aqui avisar que eu e as crianças vamos nos mudar e elas não iriam mais frequentar essa escola.

--É uma pena. Vamos sentir falta das crianças... Desejo sorte para vocês na nova cidade.

--Obrigada

-- Eu estava planejando chamar a senhora para conversar sobre o Peter, ele tem tido um comportamento estranho.

--É exatamente por causa do Peter que tomei a decisão de me mudar com as crianças.

--Como assim?

--É por que desde que meu marido perdeu o emprego ele ficou violento, toda noite desde isso a gente briga. A Paula se tranca no quarto, mas o Peter, ah, o Peter, ele coloca as mãos no ouvido e fica dizendo que é só um sonho.

"Quando estamos acordados, é aí que o verdadeiro pesadelo acontece."

J.M.