O conto mal contado.

As vezes comento com os amigos a dificuldade que tenho de escrever, tipo no fundo sei que tenho uma vocação, desde a minha infância sempre escrevia coisas hilárias, as pessoas todas me idolatravam, na adolescência escrevi um conto que uma garota leu e ficou toda excitada, sabe meio surpresa com meu poder criativo, o pior de tudo é que minha cabeça me sabota, toda vez que começo a escrever logo desisto, já cheguei a alcançar 6 capítulos de um livro e sempre quando pego pra continuar a escrever uma espécie de maldição maldita me trava, não sai nada, as vezes vem o fato, mas as palavras faltam, todas as vezes tenho diversas histórias magníficas rodando pela minha cabeça e eu simplesmente deixo passar, sabe desisto sem nem começar.

Eu sou bom com palavras, convenço qualquer uma mulher de que sou o melhor para ela, sempre me inspiro nos romances, inclusive ando vivendo um muito forte recentemente, daqueles que mereciam um livro ou pelo menos um bom conto, só que essas coisas eu não conto para os amigos e fico muito envergonhado de escrever, desculpas... Apenas desculpa, pois todas as vezes que penso em escrever minhas aventuras amorosas, eu vivo procrastinando, da última vez foi assim, liguei o notebook, abri o programa e vamos lá... Vou escrever, mas lembrei de fazer um café, fui providenciar um café, dai meus amigos me convidaram para jogar vídeo game e simplesmente me lancei na ideia, depois tinha umas meninas na volta que ficaram olhando pra gente e fui dar certas cantadas nelas, do tipo que envolve sorvetes, beijos e travessuras diversas, já era tarde fui pra casa jantar e o notebook lá jogado esperando quase que falando comigo ‘’Me use, escreva’’, então já sei vou contar o que fiz com as meninas do pós-jogo de vídeo game, sentei sorridente, já lembrando os fatos, mas a maldita maldição, não veio uma palavra se quer me ajudar a contar os fatos, mas que droga, olha aí, vou começar com o título, então lembrei, ‘’Por do sol fabuloso’’, mas quem diabos escreveria um título ridículo desses, botei uma letra e o celular ligou, era a Deyse pra quem não sabe, a menina que tomou um sorvete comigo instantes atrás, atendi claro, sua voz era calma e dengosa como uma criancinha mimada, mas aquilo me deixava sorrindo atoa, simplesmente só bastava ouvir ela que o mundo inteiro sumia, inclusive o que eu tinha de fazer, enfim quatro horas depois ficou tarde ela foi dormir me desejou boa noite, mas que merda esqueci o que eu tinha de fazer, fui pro notebook e quando olhei pra tela o sono bateu.

Acordei, fui pra escola, primeira aula; redação, mas que merda isso, a professora passou folhas em branco, de um por um, chegou a mim, fui relembrar das férias, fiquei as férias na casa dos meus avós tentando escrever alguma coisa, lendo os livros que nem citei, mas meu avô havia escrito por isso me iludi, acreditando ter um dom fabuloso, peguei a folha e escrevi bem grande: FODA-SE. Bem, a turma inteira morreu de rir, quando a professora abriu essa folha e perguntou em voz alta,’ quem havia escrito aquela palhaçada, fui honesto me assumi, peguei a folha fui pra diretoria, consequentemente me mandaram pra casa.

Meu pai estava com um cinturão grosso pra me dar uma surra, minha mãe calma veio até mim, e disse: olha filho quero que me conte por escrito o que você queria com tudo isso. Fui ao notebook e comecei a escrever o seguinte titulo: ‘O conto mal contado’.

Lucas Cavalcante
Enviado por Lucas Cavalcante em 21/02/2015
Código do texto: T5144618
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