LETS GO

Sexta-feira, 24 de outubro de 2014, mais precisamente às 5h52, momento em que fazia treino de corrida pela região da Praça da Savassi, em Belo Horizonte – MG, deparei-me, dentre tantas outras pessoas no trajeto, com um casal de namorados que acabara de sair de uma boate.

O tresnoitado casal, de braços dados, trocava pernas pelas ruas, atrelados um ao outro, naquela ainda noite do período de horário de verão.

Ao me verem, o rapaz, mantendo seu braço direito atrelado ao braço esquerdo de sua companheira, arremedou uns passos de corrida, ao mesmo tempo em que gritava: ̶̶ ̶ Ô irmão, eu quero ser igual a você, viu irmão, eu quero ser igual a você!

Traduzi o “Eu quero ser igual a você!” como, “Eu quero ter a sua saúde e disposição, quando tiver a sua idade”.

A essa conclusão cheguei porque os meus cabelos já não são mais grisalhos, estão de fato brancos. Além disso eu acabara de completar 58 anos de idade no dia anterior, portanto, minha aparência não esconde as quase seis décadas vividas.

O jovem, a despeito de sua tenra idade, cultiva outros hábitos e, no mesmo instante em que se despedia de uma noite certamente de excessos, eu já havia percorrido alguns quilômetros e ainda tinha outros tantos a percorrer. Isso evidencia uma grande distância entre a minha realidade e a do abastado notívago.

Concomitante às palavras do jovem, a sua namorada gritava para mim: ̶ ̶ ̶ Let’s go, let’s go!.

Segui o meu trajeto e o enamorado casal continuou trocando as pernas pelas ruas ainda desertas daquela nobre região da Capital das Alterosas.

Let’s go irmão, let’s go!