Limbo
Limbo
De semblante etéreo o homem temeroso prostrado entre a vida que Deus lhe concedeu, e a morte que estava por vir, tangia amarelado em rugas funestas aprontando-se para buscar nas profundezas do inferno o que lhe restasse.
Talvez conseguisse finalmente recolher seus restos.
Talvez o riso, que sempre lhe faltou em vida, viesse em forma de oferenda que ungiria sua cabeça e o transformaria para a eternidade.
Não haveria mistério. Sem orgulho nem sonhos, ele se encontraria aflito diante do estranho espelho que sempre se lhe refletiu a imagem tosca, mas que quebrado, lhe restaria apenas a implacável moldura.