CURIOSIDADES GALINÁCEAS
Definitivamente o convívio formal e informal com as pessoas nos oportuniza vivências muitas vezes únicas e impensáveis.
Estando, como já tive ocasião de relatar em outro texto, realizando serviços de pintura na casa de uma senhora que cultiva o salutar hábito de criar galinhas em seu quintal, fui mais uma vez surpreendido por uma interessante situação.
A senhora da casa onde estou reserva algumas latas vazias de tinta com uma das extremidades aberta, onde coloca as galinhas que estão para botar.
Como é que ela sabe disso (que as galinhas estão para botar)?
Essa mesma curiosidade eu tive certa vez e perguntei a ela.
Ela me disse que quando as galinhas estão prestes a botar elas ficam inquietas, correndo de um lado para o outro, querendo sair do galinheiro. Então ela as coloca dentro das latas para que tenham lugar seguro e sossegado para a postura.
Quando tem galinha para chocar ela providencia uma caixa de papelão forrada e mantém ali a futura os ovos e a futura mamãe.
No mês de maio de 2014 foram postos 11 (onze) ovos para chocar, porém, só vingaram 6 (seis).
Uma vez nascidos os pintinhos ela imediatamente os separou galinha, passando a criá-los isolados da mãe, dando-lhe para comer: ração, legumes e verduras.
Ela sustenta o argumento de que pintinhos criados com a mãe piam muito e os criados separados são mais calminhos.
Aproveitando que a galinha é boa chocadeira e ainda estava choca, colocou outros ovos para que ela iniciasse novo período de hibernação: mais 21 (vinte e um) dias.
Uns 10 (dez) dias depois da primeira eclosão dos ovos, ela me relatou que os pintinhos só queriam saber de comer verduras e legumes. Não queriam comer ração.
Então eles se tornaram pintinhos vegetarianos? Indaguei.
“É, eles “viraram” vegetarianos. São 4 (quatro) pintinhos fêmeas e 2 (dois) pintinhos machos”.
Curioso após essa afirmação, indaguei-a como é que ela sabia desse detalhe.
“É que as asas e os rabinhos das fêmeas crescem mais rápido e nos machos demora um pouquinho mais. Além disso, a fêmea cruza as pontas das asas sobre o dorso. Já os machos as cruzam abaixo do rabinho”.
Intrigado com essa descoberta fui ao galinheiro, no compartimento isolado onde ficam os pequeninos e observei os detalhes distintivos a mim relatados.
Retornei com o resultado da minha observação e perguntei, quase afirmando: os machos são um pretinho e o outro marronzinho, não é?!
Ela me respondeu afirmativamente.
Pensei: é; vivendo e aprendendo!