Arrumaçã?
Podem dizer até que seja uma tara herdada dos tempos do paraíso. Mas eu já fui siderado numa maçã. E não naquelas manzanas de Rio Negro, argentinas, que nos chegavam em épocas natalinas, embrulhadas num papel seda, e com o olor inconfundível, superior até ao seu próprio gosto.
Não, a maçã a que me refiro, e nenhuma palavra aqui retiro, era a das quermesses ou barraquinhas, que se faziam em torno das festa religiosas dos tempo do onça-pantera, em que se vivia de tanta quimera. Era a maçã do amor, aquel composição da fruta e duma calda endurecida e enrubescida que a revestia, além do cabinho que a prendia. E na sorte, é que corria.
Eram oito casas sobre uma tábua, que simulava um balcão, e sobre o qual é que se apostava. E a roleta rolava. Só que as fixas tinham que ser financiadas...E grana não abundava.
Mas dava pra espiar, à volta, sem o balcão ocupar. E o felizardo ganhador se assenhoreava daquele mimo para regalar a amada. Que devia preceder a maçã, para a doce dentada, de deixar tantã...Faltava-me ainda a Eva, e pois não, ainda por crescer, o pomo de Adão. Só sobrava a saliva, a escorrer.