RIACHO DAS PEDRAS
Chão encharcado, folhas molhadas e pingos pendurados pelas pontas das folhas de samambaias debaixo da mata verde.
Pelas trilhas fechadas e orvalhadas pelas águas da chuva que caía, Pitoco, um cãozinho amarelinho, ia desbravando pelas partes baixas da floresta um pouco à frente de Toninho e Roberto. Estes eram amigos e viviam brincando juntos depois que as aulas acabavam.
No caminhar pela floresta molhada, eles iam observando a beleza natural que enfeitava os pés das grandes árvores que compunha a floresta, mais conhecida como mata das pedras.
Quando eles chegavam perto da cachoeira do riacho das pedras, já estavam molhados de tanto esbarrarem nas folhagens que cobriam a trilha por entre a floresta que levava até à cachoeira do riacho das pedras.
O riacho das pedras, nessa época chuvosa ficava robusto e roncava feito trovão com suas águas volumosas. A cachoeira ficava sem condições para um bom banho, pois suas águas eram muito fortes, traziam terras e areias que desciam da montanha em forma de enxurradas.
Roberto e Toninho observavam meio que perplexos as águas torrenciais que desciam pelos desfiladeiros dentro da floresta. E enquanto observavam, eis que a araponga cantava lá do alto de um forte galho do imponente jacarandá.
Com tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo, o canto do sabiá peito amarelo, gritos dos saguís, gargalhadas dos sauás, canto da araponga, faziam os meninos sentirem-se pequenos demais diante daquela natureza exuberante e gigantesca.
Com passos firmes por entre as trilhas da floresta, depois de tamanha experiência com a natureza tão próxima de casa, os meninos voltavam para os seus lares.
Seus pais com certeza já estavam preocupados, pois a chuva fina que pairou o dia todo, já tinha passado e a noite já estava para chegar.
É isso aí!
Acácio Nunes