NÃO RECONHEÇO ESSES "FANTASMAS"
O ser humano é mesmo um ente muito vulnerável e bastante complexo.
Cada um de nós tem, em certa medida, os nossos medos, receios, TOC – Transtorno Obsessivo e Compulsivo, Síndrome do Pânico e alguns “fantasmas” que nos acompanham onde quer que estejamos.
É de suma importância que saibamos identificar, desses, quais são os que nos pertencem, ou seja quais desses medos, receios, TOCs, Síndrome do Pânico, “fantasmas”, que são nossos. Quer seja por existência própria ou fruto de nossa capacidade imaginativa.
Fato é que todas essas nossas fragilidades podem nos deixar deprimidos, acuados, inseguros, em pânico. Mas ninguém mais, além de nós, deve arcar com os ônus do que não lhes é próprio.
Certo dia uma vizinha bateu em minha porta. Ao atende-la me propôs adicionar um item de segurança em minha residência, pois ela estava com receios de que algum mal intencionado viesse a se utilizar do que ela considera “facilidade de acesso” da minha casa, para alcançar a sua morada.
Expliquei a ela que não podia atende-la, pois entendia que minha casa estava relativamente segura e, por outro lado, não queria perder qualidade de vida com excesso de preocupação por uma possibilidade tão remota de invasão.
Tendo em vista a insistência da minha vizinha em querer me forçar a “aumentar a segurança”, levei-a até o local indicado por ela, como vulnerável, na tentativa de convencê-la de que há condições bem mais favoráveis para um intruso do que a que ela me apontava.
Disse-me a vizinha que há duas semanas não dormia, de tanto medo que ela está de ser assaltada (na residência mora ela e um irmão, ambos adultos).
Como ela não se convencia, disse-lhe para se tratar daquele medo infundado. Afinal, sequer temos histórico de alguma invasão em nosso prédio.
Lamento por ela ainda não ter se convencido, mas, por não reconhecer como meus esses fantasmas, a mim não cabe combate-los.