As exigências
Toneladas de exigências se recostam em minha consciência
Maremotos transbordam das janelas da alma
O escuro é um abrigo
das lanternas dos fiscais de conformismos
Com um grito seco assusto a pena, ordeno distância
Com um riso engessado distribuo alívio alheio
E cavo mais um metro de buraco
Sem perceber, são 7 palmos e meio
Em meio ao vão, um vão, em vão os meios?
Progressos pagos se perdem no jogo armado
Ingressos, cadeiras marcadas, o show da solidão
Como se nenhum vagabundo montado não a conhecesse
Como se em meio aos risos falsos de deboche
Eu não soubesse da sua ingênua identificação
Toneladas de corpos se reclinam, no parapeito da segurança ilusória fabricada
Furacões tendenciosos fulminam em faces amorais
O perdão é o antídoto
das doenças padronizadas, espelhadas por ser omisso
Com um estampido torpe simulam a morte da beata falsificada
Com uma surpresa ensaiada encenam a solidariedade valiosa, de foto de capa
E forjo mais uma meta já configurada
Sem perceber, são passos em falso ao medo
No medo do senão, então, não tem medos?
Palhaços bêbados se vestem de irmãos
Retalhos, pedaços de almas, o ato de compaixão
Como se qualquer moribundo não fosse melhor
Como se, em cheio, na morte, não pudesse evitar
Como se
Eu não soubesse do clichê repaginado de suas lamentações
Eu não soubesse do horário marcado para a fraternidade já vencida
Eu não soubesse da senha padrão para entrar na fila de sua boa ação
Eu não soubesse da sua parceria por medo do inferno
Mas aqui estou eu
Dispenso aplausos