Analuzia
Analuzia
Analuzia era uma menina que luzia. Brincadeira. Ana, como exigia ser chamada era uma menina miúda, enérgica e muito ruivinha. Tinha um nariz pequeno, lindas sardinhas vermelhas espalhadas por todo o carpo, especialmente pelo rostinho redondo emoldurado pelo cabelo cor de fogo e suas orelhinhas pequeninhas. Os olhos? ah! os olhos eram itens a parte. Grandes e azuis duas perfeitas contas brilhantes que ao menor sinal de sentimentos mais íntimos marejavam inrrompantemente. Existiam muitos mistérios rondando a vida Analuzia. E alguns ela sabia serem insolúveis. Boa parte de sua vida se resumia a tentar entender sua própria e desemchabida vida. Pensava ela que um dia tudo se resolveria num piscar de olhos, sabia quem era e de quem tinha vindo, e ai então todas as impressões rasas a seu respeito cairim por terra. Analuzia gostava de água e livros. A água era seu habitat natural. Sentia se livre fosse dentro de uma piscina, lago, rio ou mar. Felicidade para ela era estar perto da água com um livro para ler, media suas futuras leituras pelas lombadas dos livros: quanto mais largas fossem, melhor, o que significava também mais tempo em sua companhia. Preferia os longos romances envoltos em mistérios e magia. Gostava de se colocar no lugar das mocinhas sonhadoras que no fim tinha o merecido final feliz, e a propósito, felicidade não era exatamente um estado seu. Era capaz de passar dias em ostracismo. Relegada a seus pensamentos e poucas ações. Nunca se colocava em risco de forma alguma, a não ser, claro, se pudesse resolver todos os seus desabores. Eu prefiro chama-la de Luzia, até quem sabe ela me enxergar além de seus livros e pés molhados.