SAUDADES (memórias).
SAUDADES.
(memórias).
Montada no jegue roxinho, era assim minhas manhãs de alegria, meu pai ia pegar àgua na caçimba do rio e me botava no meio da cangalha, eu saia felíz da vida.
Enquanto ele botava àgua nas âncoras, eu festejava de felicidade. Corria de um lado para o outro, subia as ribançeiras do velho piranhas.
Em baixo das oitiçicas eu sonhava... deitava e me cobria com a areia gélida do rio.
Os anúns cantavam junto as juritís, preás fugia do duque.
Era assim meus dias. Quantas alegrias.
Hoje a saudade do meu pai transparece em mim. Saudades daquele tempo.
Hoje ainda aqui, como se ele a qualquer momento voltasse com toda a sua felicidade.
Hoje nem ele, nem o jumento roxinho e nem o cachorro duque.
Apenas eu:
A menina no meio das âncoras.
(By Patricia Magalhães).