SAUDADES (memórias).

SAUDADES.

(memórias).

Montada no jegue roxinho, era assim minhas manhãs de alegria, meu pai ia pegar àgua na caçimba do rio e me botava no meio da cangalha, eu saia felíz da vida.

Enquanto ele botava àgua nas âncoras, eu festejava de felicidade. Corria de um lado para o outro, subia as ribançeiras do velho piranhas.

Em baixo das oitiçicas eu sonhava... deitava e me cobria com a areia gélida do rio.

Os anúns cantavam junto as juritís, preás fugia do duque.

Era assim meus dias. Quantas alegrias.

Hoje a saudade do meu pai transparece em mim. Saudades daquele tempo.

Hoje ainda aqui, como se ele a qualquer momento voltasse com toda a sua felicidade.

Hoje nem ele, nem o jumento roxinho e nem o cachorro duque.

Apenas eu:

A menina no meio das âncoras.

(By Patricia Magalhães).

Patricia de Carvalho
Enviado por Patricia de Carvalho em 21/10/2014
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