QUE ESPUMA ENGRAÇADA É ESTA

O ser humano é uma entidade muito complexa, cada qual com suas características e peculiaridades próprias, únicas.

Segundo a ONU já somos mais de 7 bilhões de habitantes na terra ocupando espaços geográficos diferentes, mas sempre em contingentes populacionais semelhantes, com características físicas e comportamentais semelhantes.

Embora tantas semelhanças, inclusive em se tratando de indivíduos gêmeos, trigêmeos, quadrigêmeos, univitelinos ou não, não há sequer uma pessoa igual à outra.

Por outro lado, em termos de comportamentos, características, jeitos e trejeitos pessoais, é possível classificar os indivíduos por esses atributos.

Há os que são mais concentrados, os mais dispersos, os superativos, os bipolares, os psicopatas, os claustrofóbicos, os acometidos pela síndrome do pânico, os insanos e tantos outros com patologias mais ou menos graves.

Afora as pessoas afetadas por anomalias mais graves, como algumas das retrocitadas, que necessitam de cuidados especializados e tratamentos intensivos, a maioria de nós é classificada como “normais”. Com um ou outro senão, porém, consideradas “normais”.

Ainda bem que é assim, pois muitas vezes assumimos certas atitudes, cometemos certas “loucuras” ou vacilamos de tal forma que atingimos o limiar patológico.

Certo dia um colega, numa dessas conversas informais de início de expediente, relatou para mim e para alguns outros colegas uma situação inusitada. Disse-nos ele que em determinado dia da semana estava meio preguiçoso, ainda sonolento, em outras palavras, sem muito ânimo para o novo dia que se iniciara.

Levantou-se meio que se arrastando, dirigindo-se, ainda de olhos fechados até o banheiro. Lançou mão de uma bisnaga que se encontrava sobre a bancada da pia e aplicou uma porção sobre sua escova de dente.

Iniciou a escovação e começou a achar aquilo meio estranho, mas, como ele em si já se encontrava vacilante, continuou a escovação.

Achou aquela espuma diferente e aos poucos, talvez pelo gosto insuportável do creme, foi se dando conta de que alguma coisa estava errada com aquele higienizador bucal.

Foi quando concluiu que nem a espuma, nem o gosto lhe eram amigáveis, em se tratando de creme dental.

Acendeu as luzes, esfregou os olhos, secou-os com a toalha e só então percebeu que ao invés de abastecer a escova com creme dental, fê-lo com creme de barbear.

E o que o mais o impressionou no episódio, segundo nos particularizou, é que o creme de barbear por ele usado é daqueles de frasco em spray.

Após ouvir esse relato fiquei pensando: será o que teria havido se naquele dia, o meu confidente colega tivesse recolhido material para exames de fezes?

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 14/10/2014
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