FOCO NO OBJETIVO
Como forma de cultivar a saúde e de praticar algum tipo de atividade física, mantenho a regularidade da prática de pedestrianismo com participações em corridas de rua.
Certo dia ao me encontrar com um colega em uma competição, ele me disse: “Rafa, a pessoa não deve utilizar a mesma vestimenta com que treina para as competições. Temos que estar diferentes no dia da competição. Treino é treino e competição é competição.”.
Achei aquela fala do meu colega um tanto quanto absurda. Afinal, o que tem a haver treinar e competir com as mesmas roupas? Trata-se do mesmo material, do mesmo modelo e formato, não muda absolutamente nada!
Desse dia em diante, volta e meia vinha-me à lembrança aquela fala.
Certa feita fui surpreendido por uma involuntária reflexão, sobre o que ouvira no relatado episódio.
Após certo tempo de introspecção, cheguei à conclusão de que o meu colega estava corretíssimo e que o traje deveria ser diferenciado mesmo. Não sei e a intenção dele era essa, mas a verdade é que treinamentos, por mais que nos esforcemos, não passam de “meros treinos”. Não é a competição propriamente dita.
Nos treinos muitas vezes estamos sozinhos, sem “ameaças”, podemos nos dar ao luxo de divagar, de fazer corpo mole, de não nos esforçarmos ao máximo.
Já nas competições a história muda. Devemos buscar a superação, buscar diminuir o tempo, almejar chegar antes daqueles que estão imediatamente à nossa frente. Isso nos impele a um esforço bem maior do que o que envidaríamos nos treinos, ou seja: na competição devemos nos esforçar mais, canalizar energias, ter mais foco.
Por esse motivo, é imperioso que estejamos de corpo, alma e trajes adequados ao espírito centrado e aguerrido que o momento nos exige. E para obtermos melhores resultados, precisamos passar essa mensagem para nós mesmos, para os nossos concorrentes e para o público em geral.
Tem que ficar claro que estamos ali para fazer o melhor, para nos superarmos. Por isso devemos estar em sintonia, afinados com os nossos propósitos.
Essa constatação me levou a uma analogia com os outros papéis que desempenhamos ao longo da nossa existência: papel de filho(a), papel de irmão(ã), papel de marido (esposa), papel de pai (mãe), papel de estudante, papel de profissional etc.
Se, ao desempenharmos cada um dos diversos papéis dos quais nos investimos no dia a dia, nós nos dedicarmos de corpo, alma, atitudes, trajes etc. e mantivermos o foco, buscando sempre nos aprimorar e melhorar os nossos resultados, certamente sairíamos da mediocridade, obteríamos resultados muito mais expressivos e relevantes, o que nos faria mais prósperos e mais felizes.