O PT E O JOGO DO “ ROUBA-MONTE”
Na infância a gente não tinha televisão em casa. Quando queríamos assistir algum programa, tipo, Os Astros do Disco, o Grande Show União, a Praça da Alegria,(que ainda tinha o grande Manoel de Nóbrega como comandante), a gente ia na padaria da esquina, o único lugar onde havia uma TV. Era um ponto fixo de lazer nas segundas, quartas e sábados, quando passavam esses programas e nos domingos á tarde, quando tinha futebol. Nos outros dias, a gente se divertia jogando baralho. Bisca, escopa, pif-paf, vinte e um e principalmente mico e rouba-monte. Os adultos jogavam truco.
O mais divertido, para nós, moleques, era o mico e o rouba-monte. Não me lembro das regras nem de um nem de outro, mas que era divertido passar o “mico” para o adversário, ou então “roubar o monte” de cartas que ele acumulava, lá isso era.
Acho que político deve jogar muito “mico” na sua infância porque ele sabe, como ninguém, manipular as regras para passar o “mico” para o adversário. Pois qualquer coisa de ruim que ele é acusado de fazer, ele logo acha um jeito de “provar” que o adversário fez coisa pior. Assim, o negócio é sempre fazer o “mico” do outro ficar mais feio do que o dele.
Agora, o que eles são bom mesmo é no jogo do “rouba-monte”. O atual jogo político dos presidenciáveis está um autêntico rouba-monte, no qual o “monte”, que é voto dos indecisos, passa de mãos em mãos com uma velocidade incrível. De Campos para Mariana, de Aécio para Marina, de Marina para Dilma, de Marina para Aécio, de Marina de volta para Aécio, de Dilma para Aécio E a luta continua.
Não será estranho se a Dilma ganhar esse jogo. Afinal jogar “rouba-monte” é a especialidade do PT. Em todos os sentidos. Eles sabem, como ninguém, avançar sobre os acumulados alheios para aumentar os próprios. Estão fazendo isso há doze anos. De vez em quando dão uma escorregada, como aconteceu no caso do Mensalão e da Petrobrás, mas esses escorregões, que a Dilma chama de “malfeitos”, não são suficientes para tirá-los do jogo. Acumularam trunfos suficientes para continuar jogando, Deus sabe até quando.
Aliás, o simbolismo do “rouba-monte” também pode muito bem ser aplicado á própria política do PT e das esquerdas latino-americanas. É a política do olho gordo sobre a riqueza alheia para “tirar de quem tem”, e supostamente, dar a quem não tem. Seria bom se esse robinudianismo político realmente funcionasse e fizesse chegar , integralmente, ás mãos de quem realmente precisa, o resultado da divisão, e não fosse, em sua maior parte, drenado pelos agentes políticos que comandam essa distribuição, para seus próprios bolsos, ou seus partidos. E nesse sentido, a propalada distribuição de riquezas, que essa política distributiva do PT tanto apregoa, acaba é repetindo a mesma fórmula de sempre. Sai do bolso de poucos e vai para parar no bolso de mais poucos ainda. É um verdadeiro jogo de “rouba-monte”.
Entretanto, é preciso ser justo e reconhecer que a política do PT melhorou um pouco a situação das classes mais pobres do país. Tanto que é esse contingente de pessoas beneficiadas que está sustentando hoje a pretensão da Dilma de continuar governando o país. Se esse resultado é o melhor para o país como um todo e para esse mesmo contingente beneficiado a médio e longo prazo, não sabemos dizer, porque o futuro a Deus pertence. Mas de uma coisa não podemos esquecer. Se a cada vez que a família cresce, nós continuamos a dividir pelos seus membros a mesma quantidade de comida, a certeza é a de que todos irão, cada vez mais, comer cada vez menos. É uma questão matemática simples: a política do PT negligenciou a economia, levou o comércio exterior do Brasil ás suas piores performances dos últimos tempos e fez com que o país perdesse o respeito internacional, face ás posições ” bolivarianas” que tem assumido na política internacional, ditadas muito mais pelo orgulho latino-americano do pobre soberbo, do que pela posição a que faz jus no cenário mundial, como país emergente que é, e com a potencialidades que tem. Por isso a nossa economia está estagnada, a inflação está crescendo, os brasileiros estão gastando cada vez mais lá fora do que aqui dentro, e principalmente, aqueles que poderiam produzir aqui estão indo embora produzir em outro país.
A política do “vamos ver quem tem mais” para tirar dele e dar para quem tem menos pode ser eficiente quando, na mesma mão, trafega a exigência de uma contrapartida por parte de quem recebe. Se de quem recebe não se exige nada para que ele contribua para o aumento do bolo, então a tendência do bolo será sempre a de murchar. Talvez seja o que está acontecendo com as economias dos países que enveredaram por esse caminho. O Brasil do PT é um deles. Dar esmolas nunca ajudou ninguém. Ao contrário, só contribui para que o número de pedintes aumente.
Jesus, ao que parece, era um socialista utópico que teria apoiado uma reforma agrária nos moldes de Charles Fourier ou Robert Owen, ou dos Sem-Terra brasileiros que ganham terras para cultivar e depois vendem para especuladores imobiliários. Não obstante, ele reconheceu aquela verdade comezinha de que todo aquele que recebe algo, e achando que o que recebeu é pouco, por conta disso não tem que devolver nada, só merece mesmo é ser servo daquele que recebeu muito e quanto mais tem, mais produz. Por isso ele concluiu, na sua famosa Parábola dos Talentos: “ a quem muito tem mais será dado; ao que pouco tem, o pouco que tem lhe será tirado”. Jesus não estava sendo pessimista ou catastrófico como parece ser essa sua fala. Ele estava apenas denunciando uma tendência do comportamento humano. A de acomodar-se quando têm a sua subsistência garantida.
Talvez seja a hora de nós brasileiros e latino-americanos que ainda estamos jogando “mico” e “rouba-monte”, começarmos a jogar algo mais interessante. Como pôquer, por exemplo. É mais arriscado, mas é muito mais excitante.
Na infância a gente não tinha televisão em casa. Quando queríamos assistir algum programa, tipo, Os Astros do Disco, o Grande Show União, a Praça da Alegria,(que ainda tinha o grande Manoel de Nóbrega como comandante), a gente ia na padaria da esquina, o único lugar onde havia uma TV. Era um ponto fixo de lazer nas segundas, quartas e sábados, quando passavam esses programas e nos domingos á tarde, quando tinha futebol. Nos outros dias, a gente se divertia jogando baralho. Bisca, escopa, pif-paf, vinte e um e principalmente mico e rouba-monte. Os adultos jogavam truco.
O mais divertido, para nós, moleques, era o mico e o rouba-monte. Não me lembro das regras nem de um nem de outro, mas que era divertido passar o “mico” para o adversário, ou então “roubar o monte” de cartas que ele acumulava, lá isso era.
Acho que político deve jogar muito “mico” na sua infância porque ele sabe, como ninguém, manipular as regras para passar o “mico” para o adversário. Pois qualquer coisa de ruim que ele é acusado de fazer, ele logo acha um jeito de “provar” que o adversário fez coisa pior. Assim, o negócio é sempre fazer o “mico” do outro ficar mais feio do que o dele.
Agora, o que eles são bom mesmo é no jogo do “rouba-monte”. O atual jogo político dos presidenciáveis está um autêntico rouba-monte, no qual o “monte”, que é voto dos indecisos, passa de mãos em mãos com uma velocidade incrível. De Campos para Mariana, de Aécio para Marina, de Marina para Dilma, de Marina para Aécio, de Marina de volta para Aécio, de Dilma para Aécio E a luta continua.
Não será estranho se a Dilma ganhar esse jogo. Afinal jogar “rouba-monte” é a especialidade do PT. Em todos os sentidos. Eles sabem, como ninguém, avançar sobre os acumulados alheios para aumentar os próprios. Estão fazendo isso há doze anos. De vez em quando dão uma escorregada, como aconteceu no caso do Mensalão e da Petrobrás, mas esses escorregões, que a Dilma chama de “malfeitos”, não são suficientes para tirá-los do jogo. Acumularam trunfos suficientes para continuar jogando, Deus sabe até quando.
Aliás, o simbolismo do “rouba-monte” também pode muito bem ser aplicado á própria política do PT e das esquerdas latino-americanas. É a política do olho gordo sobre a riqueza alheia para “tirar de quem tem”, e supostamente, dar a quem não tem. Seria bom se esse robinudianismo político realmente funcionasse e fizesse chegar , integralmente, ás mãos de quem realmente precisa, o resultado da divisão, e não fosse, em sua maior parte, drenado pelos agentes políticos que comandam essa distribuição, para seus próprios bolsos, ou seus partidos. E nesse sentido, a propalada distribuição de riquezas, que essa política distributiva do PT tanto apregoa, acaba é repetindo a mesma fórmula de sempre. Sai do bolso de poucos e vai para parar no bolso de mais poucos ainda. É um verdadeiro jogo de “rouba-monte”.
Entretanto, é preciso ser justo e reconhecer que a política do PT melhorou um pouco a situação das classes mais pobres do país. Tanto que é esse contingente de pessoas beneficiadas que está sustentando hoje a pretensão da Dilma de continuar governando o país. Se esse resultado é o melhor para o país como um todo e para esse mesmo contingente beneficiado a médio e longo prazo, não sabemos dizer, porque o futuro a Deus pertence. Mas de uma coisa não podemos esquecer. Se a cada vez que a família cresce, nós continuamos a dividir pelos seus membros a mesma quantidade de comida, a certeza é a de que todos irão, cada vez mais, comer cada vez menos. É uma questão matemática simples: a política do PT negligenciou a economia, levou o comércio exterior do Brasil ás suas piores performances dos últimos tempos e fez com que o país perdesse o respeito internacional, face ás posições ” bolivarianas” que tem assumido na política internacional, ditadas muito mais pelo orgulho latino-americano do pobre soberbo, do que pela posição a que faz jus no cenário mundial, como país emergente que é, e com a potencialidades que tem. Por isso a nossa economia está estagnada, a inflação está crescendo, os brasileiros estão gastando cada vez mais lá fora do que aqui dentro, e principalmente, aqueles que poderiam produzir aqui estão indo embora produzir em outro país.
A política do “vamos ver quem tem mais” para tirar dele e dar para quem tem menos pode ser eficiente quando, na mesma mão, trafega a exigência de uma contrapartida por parte de quem recebe. Se de quem recebe não se exige nada para que ele contribua para o aumento do bolo, então a tendência do bolo será sempre a de murchar. Talvez seja o que está acontecendo com as economias dos países que enveredaram por esse caminho. O Brasil do PT é um deles. Dar esmolas nunca ajudou ninguém. Ao contrário, só contribui para que o número de pedintes aumente.
Jesus, ao que parece, era um socialista utópico que teria apoiado uma reforma agrária nos moldes de Charles Fourier ou Robert Owen, ou dos Sem-Terra brasileiros que ganham terras para cultivar e depois vendem para especuladores imobiliários. Não obstante, ele reconheceu aquela verdade comezinha de que todo aquele que recebe algo, e achando que o que recebeu é pouco, por conta disso não tem que devolver nada, só merece mesmo é ser servo daquele que recebeu muito e quanto mais tem, mais produz. Por isso ele concluiu, na sua famosa Parábola dos Talentos: “ a quem muito tem mais será dado; ao que pouco tem, o pouco que tem lhe será tirado”. Jesus não estava sendo pessimista ou catastrófico como parece ser essa sua fala. Ele estava apenas denunciando uma tendência do comportamento humano. A de acomodar-se quando têm a sua subsistência garantida.
Talvez seja a hora de nós brasileiros e latino-americanos que ainda estamos jogando “mico” e “rouba-monte”, começarmos a jogar algo mais interessante. Como pôquer, por exemplo. É mais arriscado, mas é muito mais excitante.