“Steffany- (In)Decisão e ousadia”
“Steffany- (In)Decisão e ousadia”
Se havia uma coisa que ela detestava era falsidade. _Traição de amiga só acontece uma vez. Dizia ela muito segura daquilo que pensava. Se era rebelde? Bem, depende do que você tem por rebelde. Era muito sincera isso sim. Não levava desaforo para casa. Soltava o verbo. Era desbocada mesmo, quer dizer, falava o que viesse na hora. Esse negócio de medir palavras, não é comigo. Afirmava para justificar algum exagero cometido.
Espontânea. Era isso. Sou muito espontânea, imaginava consigo mesma. Aliás sou extrovertida. Às vezes sou simpática, agora ninguém venha me tirar do sério não, arrumo barraco. Era forte nas emoções. Porém muito vulnerável nos sentimentos. Por muito pouco se sentia machucada. Colérica. Essa é a palavra. Era muito sensível, apesar de demonstrar ser “durona”. Tinha vezes que deixava para chorar em casa. Melhor ninguém estava vendo mesmo. Porém quando a emoção (raiva ou outra) era muito intensa não segurava mesmo. E precisa ter vergonha de mostrar o que sente? Sou assim mesmo, muito transparente, não sei andar fingindo o que não sinto. Odeio pessoas falsas. Mas parece que sempre elas vêm ao meu encontro. Por isso já sou meio desconfiada. Gosto de manter um pé atrás. Daí, não quebro mais a cara de vez.
Não acreditava muito em pessoas que demonstravam muito afeto, aquelas que querem conquistar você num segundo. Sei não, ai tem coisa. Quando a esmola é grande o cego desconfia. Pelo menos isso aprendera. Agora era mais cautelosa com as suas relações com as pessoas. Já havia se decepcionado demais. Às vezes achava que era algo nela mesma que fazia as coisas não darem certo. Será meu jeito? Bem, sou assim. Se alguém quiser amizade, ou algo mais tem que me entender como sou.
Porém, mesmo com esse seu jeito irreverente, descontraído, conquistava a atenção das pessoas. Não era tímida. Mas não chegava a ser oferecida. _Detesto gente metida. Afirmava com desdém. Era extrovertida. Gostava de aventuras. Queria ter mais liberdade para ser ela mesma. Talvez o lugar onde precisasse melhorar o relacionamento fosse em casa. Família é uma coisa complicada mesmo. Por que ninguém me entende? Seria melhor que eles vissem meu lado. Sempre a errada sou eu.
Sou assim, porque me fizeram ser assim. Esse é meu jeito. É verdade que já perdi algumas coisas na minha vida por ser dessa forma. Mas não sou de ficar pelos cantos choramingando não. Sou atrevida. Ousada. Sou decidida, essa é a minha definição. Sei que sou insegura em algumas ocasiões, mas quem não é? Dizia com tom de ironia. Seu lema era: “A vida é para ser vivida em sua totalidade, o medo não me levará a lugar algum. !” Não estarei aqui duas vezes. Não terei todo o tempo do mundo para viver, nem poderei buscar a oportunidade que passou, por isso vivo intensamente e sem reservas o hoje. Era seu pensamento.
Esta é a Steffany, uma garota emotiva, insegura, impulsiva, que denota uma carência afetiva, que está aprendendo a lidar com as suas fraquezas emocionais. Que usa esse lado emotivo para tentar se proteger ou mesmo para obter êxito em algumas situações. É uma pessoa extremamente apta para agir com o coração, e dificilmente com a razão. Talvez por isso seja tão incompreendida por alguns. Mas nem ela mesma sabe ao certo o porquê de certas atitudes que toma. Gostaria de entender suas muitas fases, seus muitos dilemas, próprios da fase porque passa.
Ela só não imaginaria que alguém poderia sondá-la, mais que isso, pudesse de certa forma adentrar ao seu mundo interior, para coletar dados que ela jamais repassaria com facilidade. Porém a observação é um meio eficaz para conhecer melhor as pessoas, ela nos capacita para entender certos motivos que a explicação não pode explicar, outras atitudes que as suas conseqüências também não podem respostas dar.
Seria ela feliz? Quem sabe? Queria ela puder mudar seu jeito? Talvez não. Talvez algo. Mas estas incertezas são momentos que todos vivem. Um dia ela saberá o porquê que alguns porquês demoram ter as suas respostas, e que outros jamais poderão ter.
(Luciano Costa)