Diolino

Diolino era a consumada corporificação da afobação. Do falar ao falhar, todo seu ato o podia testemunhar. Sua experiência de tecelão, ainda que breve, é como o tufão: não está preparado para desfibrar as manobras sedosas do algodão.

Tenta ser pedreiro, mas na falta do golpe certeiro, fica sem saber o que passa enquanto não lhe seca a argamassa. Desce a servente, mas é como carregar tijolo quente e enquanto vigia, vai mesmo de bóia-fria.

Até que um dia... na angústia mais sofrida, e na insana lida, dá uma cheirada, sem antes dar uma lida , no rótulo da formicida.

E de secura em secura, morreu enxuto mesmo sem molhar o biscoto, sempre afoito pra tanto coito interrupto… sem alcançar o bendito frupto…

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 19/09/2014
Reeditado em 20/06/2023
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