Do Convite à Santa Missa
Na tarde do dia 28 de novembro de 2013 recebi um convite do Vagner Costa, um colega de trabalho, para participar de uma missa a se realizar no auditório JK da Cidade administrativa do Estado de Minas Gerais, a partir das 12 horas do dia seguinte.
Ele se movimentava bastante no sentido de arrebanhar adeptos, pois, segundo nos informou, não foi fácil para o pessoal da organização conseguir a liberação do auditório e não ficaria bem caso não houvesse a participação de um número razoável de pessoas.
No dia seguinte, ao se aproximar do horário da missa, foi possível verificar pelas janelas um número cada vez mais crescente de pessoas em direção ao auditório. A movimentação foi aumentando rapidamente, de tal sorte que eu nunca vi tanto afluxo de pessoas para aquele prédio. A impressão que tive, é que toda a população da CAMG, sobretudo a do prédio Minas, dirigia-se para lá.
Muito embora a natural insegurança do colega, quanto à participação das pessoas, o auditório foi pequeno para tanta gente. Pessoas que sabiamente abriram mãos de suas rotinas, de seus pensamentos muitas vezes negativistas e lembranças tristonhas, para buscar alívio e leveza na palavra de Deus.
A celebração realizada pelo padre Gilson foi no todo magnífica contando com coral, acompanhamento de violão e grande participação dos presentes.
Feita a leitura do evangelho pelo padre Gilson, seguiu-se a tradicional e obrigatória homilia.
Externando grande satisfação em ver o auditório repleto, o padre Gilson falou sobre as nobres características desse sofrido povo de Minas Gerais, da nossa culinária etc.
Quanto ao aspecto sofrido é de conhecimento de todos, que isso não é exclusividade de nós mineiros e sim de todo o povo dessa nação brasileira.
Dentre outras coisas o celebrante relembrou que antes mandávamos os filhos para escola porque lá era o lugar onde se aprendia coisas boas e hoje isso não é mais verdade. Antes, quando no aconchego do nosso lar, sentíamo-nos seguros e hoje temos medo e é preciso trancar bem as portas, por causa das atrocidades que têm ocorrido nos dias atuais .
Por outro lado o Padre Gilson, cônscio que é da verdadeira força e presença de Deus em nossa vida, deixou claro que devemos seguir firmes nessa batalha. Que não devemos desistir da luta, porque Deus está na batalha conosco, ao nosso lado e nada que Ele não queira nos atingirá. Seguiu dizendo que muitas vezes as pessoas vêm ao nosso encontro com sorrisos largos mas, não sabem o quanto temos que superar para estar ali sem entregar os pontos. Porta voz da palavra de Deus que é o padre Gilson assegurou-nos a todos, que se temos inimigos é porque eles não sabem o tamanho do nosso Deus.
De minha parte, como fiquei de pé e mais ao fundo do auditório, dado que não tinha lugares à frente, pude perceber grande alegria, envolvimento e serenidade nas pessoas, que vivenciavam cada instante daquela oportunidade única. Isso porque, como nos disse o padre, por pertencermos a um Estado laico, foi necessária a autorização expressa do governador para que fosse possível a realização daquela missa.
A minha percepção é que tanto eu, quanto todos que ali estiveram em celebração, saíram mais leves, mais fortes, mais seguros e mais agradecidos a Deus por tanta graça.
Parabéns a todos os que, com suas ações e perseverança, tornaram possíveis momentos tão sublimes e dignificantes a tanta gente. Pois, como disse bem disse o padre Gilson: “toda celebração é comunitária”.
Rafael Arcângelo Machado – 29 de novembro de 2013.