ZEZÉ E NEM

Vou contar-lhes um pequeno causo, fato acontecido numa ocasião quando eu ainda vivia no interior; ali estava eu, tranquilamente com meu jornal nas mãos, lendo o noticiário do dia, sentado num banco da praça de uma cidadezinha, onde eu morava até então;

Daí chegou um casalzinho um tanto simpático, mas com um jeitinho bastante desajeitado, tipo do grotão... Bem caipirinha!

Chegaram de mansinho como quem nada quer, d’um modo assim... Bem mineirinho de ser;

Então o rapazinho me disse:

Cunlicença somôçu...

Nóis podi ciacentaí nessi bancu duladim dusinhô?

Pois não, fique a vontade... Respondi!

Intãotá somôçu... Brigadunóis!

Respondeu-me a mocinha um tanto quanto cabisbaixa!

Podi ciacentá Zezé! Exclamou novamente o rapaz;

Uma vez assentados ali ao meu lado, um olhava pro outro com olhares 33 x 44 e trocavam risadinhas, coisa e tal... E eu ali, só observando por entre as folhas do jornal, pra conferir qual seria o desfecho daquela distinta trama:

De repente,

a mocinha se vira para o rapazinho e diz:

Ô Nem!!!

Poçu lipriguntá um negoçu?

Podisim muié... prigunta mobem!

Ô Nem!!!

Quantus dedus ocê têm?

Nasmão... Ounuspé?

Nusdois ué... Seumané!

Intão... Vojá lirespondê!

Nasmão, contudéis...

Imais cincu incadapé!

Pucadiquê Zezé?

Purcaus dinada uai,

Soquiria sabê...

Cissô iguarzim ocê, ué!

Cevê cumequié Zezé,

Noizé bem paricidu naspartis...

Dasmão itumbém duspé,

Nunhé muié?

Muié!!!

Tumbém teinhum negoçu pralifalá...

Sotém quimiscuitá,

Presti bastanti tenção nuquivô lidizê!

Maisvali uma Zezé cum Nem,

Duquê um Nem sem ninguéim...

Pucadiquê, uma Zezé sem um Nem,

Podicê quinunvali nenciquê um vintém!

Daí então...

Os dois se levantaram do banco e saíram proseando!

Autor: Valter Pio dos Santos

15/Ago/2014

Valtin Kbça Dipoeta
Enviado por Valtin Kbça Dipoeta em 15/08/2014
Reeditado em 16/08/2014
Código do texto: T4924045
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