A BISBILHOTEIRA
COTIDIANO
Há uma inquietação na rua. faz calor, meninas correm atrás de rapazinho, velhas com seus cachorrinhos vagam ao redor da praça, aposentados jogam dados sobre as mesinhas de alvenaria na rua sem saída, jovens fumam maconha sentados sobre o meio fio, carros passam a mil sobre os quebra molas, trabalhadores param nos bares, raros estudantes esperam o ônibus, um filhote de cadela chora no apartamento em frente, um motoqueiro faz cavalos de pau no meio da rua, há uma inquietação.
Agora tudo se aquieta, as mães chamam seus filhos, as velhas carregam seus cachorrinhos, as meninas já suadas nas aquisilas dão beijinhos de despedidas nos rapazinho, eles saem sorrindo e coçando as palmas das mãos, os aposentados recolhem seus tabuleiros de sobre as mesas de alvenarias, a onda dos maconheiros passam, eles se deprimem, os carros cansados passam preguiçosamente sobre os quebra molas, os trabalhadores meio de porre chegam conversando e rindo alto, os estudantes ainda não chegaram o cãozinho do apartamento em frente brinca, a policia prende um motociclista sobre um cavalo de pau e agora?
Um avião caiu, a sirene passa ligada sobre uma ambulância, um homem passa empurrando um carrinho de bebê, ele chora, dois passarinhos namoram sobre o fio de alta tensão. O portão da garagem abre sozinho um carro passa sorrindo sob ele. Na cidade de Deus moram uns pobres diabos que aterrorizam os anjos. Um avião some no céu.
Cai a noite. a sirene agora dolorida dorme, o bebê viaja para o Japão, no alçapão briga dois passarinhos contra as taquaras de sua prisão, o portão esta sem chave, na cidade Deus anda triste, o avião da adeus aos passageiros, a noite se alevanta e uma criança cai.