A tragédia

Era uma tarde muito quente e tudo parecia que iria derreter. A cidade estava agitada pois estavam festejando uma festa religiosa nas balsas que estavam repletas de pessoas às margens do Grande Rio. Aquela tarde estava muito diferente das tardes normais da cidade de Macapá, mas desviei o pensamento para outras coisas e acabei me distraindo.

Observei que todos queriam pegar o melhor lugar nas embarcações para o acompanhamento do Círio nas Águas, todos enfeitados com fitas nos braços com dizeres de boa sorte, outros com camisas da festa e alguns carregavam miniaturas das graças alcançadas. Fiquei ali parada só observando toda aquela agitação, toda aquela multidão de pessoas eufóricas. Estava para começar os fogos de artifício e seria feito dentro da balsa que se localizava dentro do Grande Rio.

O Grande Rio se mostrava imponente e majestoso, como que indiferente ao que estava ocorrendo ali, os ventos sopravam fortes e as águas agitadas como que em protesto pela intromissão de toda aquela gente em seu sossego de Grande Rei.

De repente, houve uma correria desesperada das pessoa e fiquei pasma sem saber o que fazer, foi aí que escutei um grande bum e faíscas para todos os lados e choros e gritos, desespero... O Grande Rio se agitou com mais fúria e impedia a ação dos bombeiros, haviam pessoas se jogando nas águas do Grande Rio, enquanto outras clamavam a Deus. A festa acabou em tragédia e muitos morreram queimados e outros afogados e eu fiquei ali assistindo a tudo impotente diante, diante do Grande Rio Amazonas.