SOM NA CAIXA = EC
Não eram maus elementos, trabalhavam, estudavam e tinham um sonho, montar uma banda para tocar nas reuniões de amigos e quem sabe... Por que não? ... Um dia, profissionalmente.
No momento, no entanto, só tinham para os ensaios um barracão aberto e só conseguiam se reunir tarde da noite.
Os acordes saiam vibrantes, a música mal tocada, o canto desafinado e a risada alegre dos rapazes penetravam indiscretos nas casas vizinhas chegavam aos dormitórios e arrancavam do sono tranquilo aqueles que precisavam de seu merecido descanso noturno.
Empolgados com sua música os garotos muitas vezes avançavam pela madrugada adentro só parando quando o dia já estava quase amanhecendo.
Como era de se esperar a revolta era geral, mas, de todos os reclamantes o mais revoltado era o Pérsio que depois de atormentar a esposa que além da musica tinha que ouvir as reclamações do marido vociferava:
— Isto é um absurdo! Imagine como sua mãe deve sofrer, envelhecida, adoentada sendo importunada por esse insuportável barulho.
Rita, a esposa não estava com vontade de conversar a estas horas da noite, enfia a cabeça embaixo do travesseiro para abafar o som e trata de dormir.
O marido reclama:
— È sua mãe. Como pode ser tão indiferente?
— O que eu posso fazer?
Finge dormir e ele levanta, liga o radio no ultimo volume, pelo menos agora o barulho era seu.
A família morava há muitos anos naquele prédio onde dona Emília, a sogra, era muito conhecida e estimada por todos.
Quando Persio encontrava-se com os vizinhos o assunto era sempre o mesmo, a falta de educação desses rapazes fazendo um barulho desses, toda a noite. Será que não sabem que isso é proibido?
— Isso é caso de policia, A gente precisa reclamar.
— Já reclamaram e não adiantou nada. A policia não dá conta nem dos bandidos, vê lá se vai se incomodar com barulho de moleques.
— Eu penso na dona Emília, coitada, tão velhinha...
— Nem fale!
Isso não pode continuar assim. Vamos fazer um abaixo- assinado! Se conseguirmos bastante assinaturas, a policia tem que dar um jeito neles.
Mas a polícia era, realmente, insuficiente para pegar os elementos perigosos que proliferavam nas ruas e não deu importância para o “crime” dos rapazes.
Depois de muita briga, finalmente, eles resolveram levar sua banda para outro local mais isolado e a paz voltou naquela região.
No dia seguinte assim que desceram para o café da manhã o genro perguntou à sogra:
-- E então Mãe Emília, dormiu bem esta noite?
Mais ou menos. Por que será que os rapazes não vieram tocar?
-- Porque estavam incomodando e a policia correu com eles.
-- Que pena! Eu gostava tanto de ouvi-los!
-- Não acredito! Você gostava daquele tormento?
.
-- Eu dormia ouvindo a música e tinha sonhos lindos. Uma noite sonhei que era jovem e estava em um baile dançando com um rapagão, outra vez sonhei que estava lá com eles tocando guitarra. Imagine só! Eu tocando guitarra!
E o Persio quedou-se pensativo filosofando:
--Ah! Insondáveis corações humanos!
Não eram maus elementos, trabalhavam, estudavam e tinham um sonho, montar uma banda para tocar nas reuniões de amigos e quem sabe... Por que não? ... Um dia, profissionalmente.
No momento, no entanto, só tinham para os ensaios um barracão aberto e só conseguiam se reunir tarde da noite.
Os acordes saiam vibrantes, a música mal tocada, o canto desafinado e a risada alegre dos rapazes penetravam indiscretos nas casas vizinhas chegavam aos dormitórios e arrancavam do sono tranquilo aqueles que precisavam de seu merecido descanso noturno.
Empolgados com sua música os garotos muitas vezes avançavam pela madrugada adentro só parando quando o dia já estava quase amanhecendo.
Como era de se esperar a revolta era geral, mas, de todos os reclamantes o mais revoltado era o Pérsio que depois de atormentar a esposa que além da musica tinha que ouvir as reclamações do marido vociferava:
— Isto é um absurdo! Imagine como sua mãe deve sofrer, envelhecida, adoentada sendo importunada por esse insuportável barulho.
Rita, a esposa não estava com vontade de conversar a estas horas da noite, enfia a cabeça embaixo do travesseiro para abafar o som e trata de dormir.
O marido reclama:
— È sua mãe. Como pode ser tão indiferente?
— O que eu posso fazer?
Finge dormir e ele levanta, liga o radio no ultimo volume, pelo menos agora o barulho era seu.
A família morava há muitos anos naquele prédio onde dona Emília, a sogra, era muito conhecida e estimada por todos.
Quando Persio encontrava-se com os vizinhos o assunto era sempre o mesmo, a falta de educação desses rapazes fazendo um barulho desses, toda a noite. Será que não sabem que isso é proibido?
— Isso é caso de policia, A gente precisa reclamar.
— Já reclamaram e não adiantou nada. A policia não dá conta nem dos bandidos, vê lá se vai se incomodar com barulho de moleques.
— Eu penso na dona Emília, coitada, tão velhinha...
— Nem fale!
Isso não pode continuar assim. Vamos fazer um abaixo- assinado! Se conseguirmos bastante assinaturas, a policia tem que dar um jeito neles.
Mas a polícia era, realmente, insuficiente para pegar os elementos perigosos que proliferavam nas ruas e não deu importância para o “crime” dos rapazes.
Depois de muita briga, finalmente, eles resolveram levar sua banda para outro local mais isolado e a paz voltou naquela região.
No dia seguinte assim que desceram para o café da manhã o genro perguntou à sogra:
-- E então Mãe Emília, dormiu bem esta noite?
Mais ou menos. Por que será que os rapazes não vieram tocar?
-- Porque estavam incomodando e a policia correu com eles.
-- Que pena! Eu gostava tanto de ouvi-los!
-- Não acredito! Você gostava daquele tormento?
.
-- Eu dormia ouvindo a música e tinha sonhos lindos. Uma noite sonhei que era jovem e estava em um baile dançando com um rapagão, outra vez sonhei que estava lá com eles tocando guitarra. Imagine só! Eu tocando guitarra!
E o Persio quedou-se pensativo filosofando:
--Ah! Insondáveis corações humanos!
Este texto faz parte do Exercício Criativo
Som na caixa
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