A VIDA VENCEU A MORTE!(EC)

Quando nos casamos pensávamos ficar uns três anos sem termos filhos. João e eu queríamos ter uma casa espaçosa e a vida profissional bem definida para podermos receber bem o fruto do nosso amor.

Mas, numa viagem a Visconde de Mauá, eu esqueci de tomar a pílula e engravidei da minha primeira filha- Maria Clara.

Não estava nos planos mas virou prioridade tal o amor que nos envolveu. Fomos nos ajeitando e ela chegou linda e saúdável no começo da Primavera.

Com a ajuda das vovós corujas pude continuar a trabalhar e nossa vida era muito feliz.

Maria clara crescia levada e risonha. Eu era a mãe mais feliz do bairro e já pensava num irmãozinho para completar a bagunça.

Três anos depois já tínhamos dado entrada numa casa em um condomínio fechado e a ideia de darmos um irmãozinho para Maria Clara foi nos abraçando, nos envolvendo e engravidei do João Pedro.

Nosso menino veio completar a farra que a irmãzinha fazia juntamente com a doguinha Sofia.

Eramos uma família unida e feliz. Muito feliz!

As crianças tinham 5 e 2 anos quando minha sogra mudou de cidade para viver com minha cunhada que não estava bem de saúde.

Numa véspera de feriadão resolvemos visitá-las. O tempo estava meio nublado mas João é um motorista consciente e calmo e isso não me deIxava apreensiva.

Acomodamos as crianças em suas cadeirinhas e partimos para a casa da vovó Jurema.

Duas horas depois paramos num posto para abastecer e tomar um café. Enquanto João passava o cartão de crédito eu ajeitava as crianças em suas cadeirinhas quando ouvimos disparos de tiros. O posto estava sendo assaltado.

João correu em nossa direção mas foi atingido nas costas. Entrei em desespero e fiquei agarrada às crianças. Foi tudo muito rápido e quando senti que os bandidos tinham ido embora corri em direção ao meu marido gritando desesperadamente. O resgate veio em seguida e o levaram para o hospital mais próximo.

Liguei para meu compadre e em meia hora ele chegou com a esposa que levou as crianças para a casa deles e eu pude ir ao encontro de João.

João ficou internado durante quatro meses brigando com a morte.

Hoje, um dia ensolarado e lindo, ele está sentado olhando as crianças brincarem no jardim. Lágrimas descem dos seus olhos.

Abraço-o carinhosamente e sei que, como eu, ele também está agradecendo a Deus.

Este texto parte do EXERCÍCIO CRIATIVO. Vejam mais em http://encantodasletras.50webs.com/morteevida.htm