O Contrato

Estavam diante da ordem assentida e com grave descritivo para se tornar lei. Na mesa o papel de tantas letras estudadas, obrigava manter o sofrimento longe dos mares e dos mais escolhidos lugares onde sua validade se expressava lúcida e inequívoca .

Charbel queria ver Mari toda prosa de forno e fogão e sem pensar na lida como ribanceira ou barranco, afinal todos tem calos e feridas a sarar e na sociedade entabulada, cada um faria seus esforços e ajudaria o outro na parte consorte.

O documento se tornou altar. O que constava ali perdeu lugar para apenas "sombrar" de púlpito as lembranças de suas letras tão escolhidas e especiais no ontem do sonho e agora apenas totem de belas cores.

Mari motivou-se a mudar o rumo do jardim. Esclareceu seus critérios e mostrou o que pode o amor fazer por si mesmo quando não encontra o grão tratado nos fermentos mais certos de quem a vida se justifica em pão. Charbel entendeu a poesia e decidiu viver a mesma receita.

Nos tempos atuais , a dupla se reveste em sorrisos e alegrias desejadas por tantos encantos e só entregam ao outro o que de melhor o outro espera. Olhares de compaixão ante a dúvida, gestos de encaixe e carinho quando a dor se mostra próxima demais para ser de um só. Enfim, criaram fórmula viva para operar os ditos acima das assinaturas e a felicidade saiu do papel e entrou para a história do jovem casal.

Contrato assim espera quem se entrega sempre e renova seu amor incondicional todos os dias. Daí só nascem coisas boas...

Marcos de Castro Palma
Enviado por Marcos de Castro Palma em 20/06/2014
Reeditado em 20/06/2014
Código do texto: T4851770
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