No dia em que o pássaro cantou samba
Acordei.
Era 07h30 da manhã, e o silêncio reinava de forma tão grande que me trazia um enorme desconforto. De longe se ouvia alguns gorjeios que Rompia o silêncio, assim como o marulho que naturaliza a praia.
Observando, procurei me adaptar, arriscando alguns passos à direção do som, quando fui surpreendido por minha prima, que em nome da hospitalidade, me apresentou o café da manhã, me deixou servi por conta própria e desapareceu apressada com os afazeres.
Não demorou muito, quando ouvi dois passarinhos cantando, o primeiro ocupava uma gaiola especial, separada dos demais, esse esbanjava beleza com seu canto afinado e seu sentido apurado, nos remetia ao passado e nos fazia lembra-se da musica, atirei o pau no gato... Sem errar nem esquece, cantava continuamente a fim de nos convencer de seu talento.
Eu particularmente não liguei muito, peguei o violão e comecei tocar um samba que compus, tinha a letra e a melodia praticamente rascunhada, comecei a tocar no improviso, inventei uma introdução e cantei a primeira frase da musica, foi quando algo me surpreendeu, um dos outros passarinhos até então tímido e esquecido, começou a se soltar. Como um perfeito bit-Box, ele fez um som de um pratinho de bateria, parecia soar mais ou menos igual a pronuncia si-zig, e assim foi, eu tocando alegremente samba e ele me acompanhando, sem perde o ritmo. não demorou muito para ele imitar a cuíca também, suas noções de samba eram muito boa, mas desconfiei que aquilo não fosse instinto, se fosse, estaria preocupado em se liberta, como antes, que arranhava as grades, andava de um lado ao outro inquieto.
Minha tia aparece e encerra aquele momento, fomos obrigados a voltar à realidade, ele ainda empolgado, retoma seu lado tímido e eu agora sou impulsionado a dar satisfação do ocorrido, com um sorriso no rosto eu falei:
_tia, a senhora não sabe o que aconteceu, o passarinho cantou samba?
Ela sem acredita no ocorrido fala:
_Será que ele canta de novo? Toca aí!
E eu toquei e nada, toquei e nada...