O professor
-Quando foi? – disse Carlos prendendo o fôlego.
-Há dois dias – disse Luiz – ele caiu bem na minha frente e depois estava morto, com apenas quarenta e dois anos.
Carlos deu uma longa baforada no cigarro, aquilo parecia uma atitude horrível para Luiz que viu o amigo morrer de um ataque cardíaco, então ele falou – você já tem cinquenta anos Carlos, não tem medo de cair da mesma maneira - apontou para o cigarro.
O outro tinha uma forma estranha de andar, por isso andava de um lado para o outro , estavam abrigados por um telhado frágil , além disso chovia pesadamente, uma tempestade, talvez um luto pela morte do professor, quem sabe.Carlos pensou :” filha da puta usuário de cocaína desgraçado, pensa que não sei, fica dando lição de moral”, com uma certa raiva na voz falou:
-Morrer, as pessoas nunca ficam sabendo da hora de cair morto, não penso nisso, viver pensando na morte é algo que tira o sabor da vida – mesmo com suas convicções algo bateu no peito de Carlos(caralho, tenho que parar com esse cigarro maldito, caso conttrário vou deixar o departamento de matemática para esse filho da puta, pensou) e ele jogou o cigarro fora, porém continuou a falar em tom reflexivo – mas tem razão, ele era muito jovem, o mais jovem professor que esta escola já teve, um brilhante homem que muitos nunca vão esquecer.
Luiz balançou a cabeça concordando e exclamou – Gênio!
-Ensinava como poucos – disse Carlos, porém sabendo que Luiz nunca gostou muito do falecido, tinha birra por ter sido preterido à chefia da cadeira de matemática da universidade.
-Vai ao enterro? – perguntou Luiz, olhando como um bruxo com seus poderes sobrenaturais para Carlos, quase adivinhando os pensamentos do colega de departamento e revidou com um pensamento de facínora: "porco, queria a morte do pobre, ele sabe não teria chances de conseguir a carga horária desejada e o outro estivesse vivo, afinal o falecido tinha colocado o calhorda para trabalhar, agora volta tudo ao que era antes, só putaria no departamento".
-Não gosto de enterros – disse Carlos quebrando o silêncio.
-Nem eu – Luiz olhou para o horizonte – olhe esta chuva? Não para nunca?
-Tem vinte minutos que essas malditas goteiras molham o meu casaco.
Luiz pareceu entediado, havia olhado para o relógio três vezes antes que o minuto acabasse.
-Tenho um seminário de matemática para preparar – disse Luiz.
Carlos balançou a cabeça e acendeu outro cigarro.
-Quando foi? – disse Carlos prendendo o fôlego.
-Há dois dias – disse Luiz – ele caiu bem na minha frente e depois estava morto, com apenas quarenta e dois anos.
Carlos deu uma longa baforada no cigarro, aquilo parecia uma atitude horrível para Luiz que viu o amigo morrer de um ataque cardíaco, então ele falou – você já tem cinquenta anos Carlos, não tem medo de cair da mesma maneira - apontou para o cigarro.
O outro tinha uma forma estranha de andar, por isso andava de um lado para o outro , estavam abrigados por um telhado frágil , além disso chovia pesadamente, uma tempestade, talvez um luto pela morte do professor, quem sabe.Carlos pensou :” filha da puta usuário de cocaína desgraçado, pensa que não sei, fica dando lição de moral”, com uma certa raiva na voz falou:
-Morrer, as pessoas nunca ficam sabendo da hora de cair morto, não penso nisso, viver pensando na morte é algo que tira o sabor da vida – mesmo com suas convicções algo bateu no peito de Carlos(caralho, tenho que parar com esse cigarro maldito, caso conttrário vou deixar o departamento de matemática para esse filho da puta, pensou) e ele jogou o cigarro fora, porém continuou a falar em tom reflexivo – mas tem razão, ele era muito jovem, o mais jovem professor que esta escola já teve, um brilhante homem que muitos nunca vão esquecer.
Luiz balançou a cabeça concordando e exclamou – Gênio!
-Ensinava como poucos – disse Carlos, porém sabendo que Luiz nunca gostou muito do falecido, tinha birra por ter sido preterido à chefia da cadeira de matemática da universidade.
-Vai ao enterro? – perguntou Luiz, olhando como um bruxo com seus poderes sobrenaturais para Carlos, quase adivinhando os pensamentos do colega de departamento e revidou com um pensamento de facínora: "porco, queria a morte do pobre, ele sabe não teria chances de conseguir a carga horária desejada e o outro estivesse vivo, afinal o falecido tinha colocado o calhorda para trabalhar, agora volta tudo ao que era antes, só putaria no departamento".
-Não gosto de enterros – disse Carlos quebrando o silêncio.
-Nem eu – Luiz olhou para o horizonte – olhe esta chuva? Não para nunca?
-Tem vinte minutos que essas malditas goteiras molham o meu casaco.
Luiz pareceu entediado, havia olhado para o relógio três vezes antes que o minuto acabasse.
-Tenho um seminário de matemática para preparar – disse Luiz.
Carlos balançou a cabeça e acendeu outro cigarro.