As estrelas da nossa amizade
Em 19 de setembro de 1957, depois de um dia cheio de tarefas e correrias, finalmente, Laura chegou em casa, estava muito cansada e com uma louca vontade de dormir, pois também teria um dia seguinte cheio e, portanto, precisava descansar. Dessa forma, dirigiu-se ao banheiro, para refrescar-se em um deliciso banho, para então preparar o seu jantar e ir finalmente dormir.
Após ter jantado, Laura se deslocou para seu quarto, era hora de descansar, no entanto, de repente, lhe veio uma súbita vontade de olhar as estrelas... Foi uma vontade tão impulsiva, que a levou rapidamente para o pequeno jardim que tinha em sua casa, de lá era possível visualizar um céu lindamente estrelado.
Laura era uma pessoa muito sozinha, já fazia vários anos quando ela havia se mudado de sua cidade natal. Teve que deixar sua família e grandes amigos por causa de uma oportunidade de emprego em outra cidade. Ao se mudar, sentiu uma saudade imensa de todos os momentos felizes que passou ao lado das pessoas que mais amava... Mas agora, longe deles, tudo era solidão, tudo era triste numa vida que já havia sido muito feliz, porém, ela sabia que era por uma necessidade.
Ao olhar aquele céu tão grandioso que envolvia charmosas estrelas, ela se inspirava a acreditar na felicidade, sentia uma deliciosa paz interior, talvez soubesse que naquele mesmo momento alguém dentre seus familiares e amigos poderia está olhando o céu e pensando nela, na falta que ela faz.
De repente, o olhar dela se fixa em apenas quatro estrelas, e o mais interessante é que elas estavam alinhadas, naquele momento, parece que Laura tinha esquecido que tinha que dormir cedo, era como se o sono tivesse dado lugar a um momento de intensa reflexão, uma série de lembranças circulavam em sua mente, ela havia lembrado de uma carta que tinha recebido de uma de suas grandes amigas, que devido a correria do seu dia a dia, acabara esquecendo de lê-la, no entanto, lembrou-se que tinha a guardado dentro de um livro. Procurou o livro em sua estante, conseguiu encontrá-lo. A carta estava lá.
Agora tudo fazia sentido! Laura se lembrou da carta ao olhar as quatro graciosas estrelas alinhadas no céu, pois no envelope da carta tinha o desenho dessas mesmas estrelas! Na carta estava escrito palavras muito bonitas para Laura, eram palavras cheias de carinho, consideração e saudades.
Sendo que o último parágrafo da carta foi o mais emocionante, dizia:
“Laura, ontem estive com o Pedro, com a Débora e com a Cristina, estávamos olhando as estrelas, e aí lembramos de você, lembramos de como é linda a nossa amizade, principalmente quando avistamos quatro estrelas tão pequeninas, mas tão brilhosas e perfeitamente alinhadas. Sabe, decidimos que elas representariam a nossa amizade, cada estrela representaria um de nós. Veja, apesar de sermos pequenos nesse imenso mundo, assim como as estrelas são tão pequenas nesse grandioso céu, temos o nosso brilho, assim como elas! E este nosso brilho está contido na simplicidade, na solidariedade, no carinho que sustenta a nossa amizade. E o fato das estrelas estarem alinhadas, simboliza que estaremos sempre juntos! Mesmo que você esteja longe, saiba que levamos você conosco em nossos corações, te amamos muito, Laura, nossa estrela!”
Laura, se emocionou muito ao ler a carta, aquela noite, aquele céu, aquelas estrelas, aquelas belas palavras de sua amiga, haviam resgatado a felicidade que ainda existia em sua vida.
Muitas vezes não é necessário muito para fazermos alguém feliz, simples palavras e pequenas atitudes podem fazer uma grande diferença, e a distância tornase-se uma insignificante barreira quando temos um sentimento plenamente verdadeiro de carinho por alguém.