O CUNHADO FOLGADO

O CUNHADO FOLGADO

A casa ainda dormia, apenas o ladrar de Pink viajava pela parede grená do canil. Raios e trovões trucidaram a noite toda. As esculturas de pedra sabão cantavam sobre a estante de vime na sala. Crianças brincavam com os ovos da galinha pretinha no terreiro da vizinha. “molecada arruaceiras, fazem um barulho danado com essa galinha ” falou Zé Domingos.

Dentro da jaqueta Lecínio tremia de frio. Ele e Rosana acabavam de chegar à cidade. Para ele tudo era estranho, a cidadezinha de uma rua só com suas casas coloridas e seu povo simples. ele que morava na capital se lembrava quando passava sob os viadutos o barulho do metro. Rosana vestida com a vestido estampado e sandálias de couro. Voltava a sua terra Iria, passa uns dia na casa de seu irmão Zé.

Domingos tinha levantado as três da manhã, arrastando as chinelas abriu a janela da cozinha pos a água no fogão de lenha para fazer o café, acendeu seu cigarro de palha, viu que dormiam os trens da estação. Sua esposa Vilma ainda dormia “coitada passará a noite na maquina de costura. Seu galo carijó acabará de cantar autorizando a galinhada á descerem do poleiro.

Domingos passou o café, o trem vindo da capital acabará de apitar na estação trazendo sua irmã e o cunhado, á muito não á via o cunhado não conhecia, ficou sabendo que era meio folgado, gostava de chegar e aporta se na casa alheia dias a fio, ligava a TV e sem camisa e ali ficava o dia todo, mas em sua casa não, tinha que ter disciplina.

Chegaram, “jogaram as malas sobre o sofá preferido de Domingos;” iiiiiiiiiii isso não vai prestar; pensou ele”. O cunhado já chegou abraçando sua mulher ;” iiiiiiiiiiii esse sujeito é pra frente, pra trás pra frente”; pensou de novo.

O danado foi logo pegando a garrafa de café, encheu a xícara provou fez cara feia e disse que o café estava muito forte, “veja só toma o meu café e ainda desfaz”, entrou no quarto deitou na cama e disse que o colchão estava duro, tomou banho e pediu a toalha do Zé, usou seu presto barba e disse que estava cego.

“Não, isso é demais chega; pensou Domingos. chamou por Pink e “o cachorro não foi com a cara daquele folgado, gritou Domingos da cozinha; “pega ele Pink.

E assim o folgado do cunhado saiu correndo só de cuecas pela rua empoeirada e para piorar juntou-se ao Pink outros cachorros da rua e desesperado o folgado saiu a gritar por socorro.

Domingos chegou da varanda e gritou;” pode ir forgado dos infernos que eu mando suas malas para estação. Rosana pegou sua mala deu uma banana para o irmão indo atrás do seu amor,” pode ir também madama aqui forgado lambe é imbira” gritou ele ainda da varanda”.

“ Tinha problema não" pensou ela" iriam ficar na casa de sua outra irmã que morava na cidade, mas ali nunca mais voltaria, que vergonha fazer aquilo com um homem tão sensível como Lecínio” e então partiu para posar em outro lugar.