Desencapado

Era um "fio desencapado", como dizia sua mãe. Arisco, bronco e desaforado, daqueles que "convidava" o desaforo a uma viagem de dor através de seus contundentes golpes de artes marciais refinadas antes de cogitar levá-lo para casa. Uma briga o excitava e arrancava sorrisos fáceis de seu rosto. Na saída de um bar um olhar torto aleatório bastara para iniciar uma nova peleja com um estranho qualquer naquela noite. E o sujeito era dos grandes, do porte de um armário bacana de solteiro. "Ah, ele vai pegar a cadeira", observou. Partiu para cima e apanhou até cair no chão. Havia um sorriso em meio ao sangue e aos dentes quebrados. Um fio desencapado devia soltar faíscas. "Sou um predestinado, mãe. Adoro isso.", pensou, antes de desmaiar em cima da cadeira quebrada.

Sallez
Enviado por Sallez em 17/05/2014
Código do texto: T4810036
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.