UMA LAGARTA DENTRO DO ÔNIBUS
UMA LAGARTA DENTRO DO ÔNIBUS
A linha 020 (Garavelo / Praça da Bíblia), ou melhor, o ônibus urbano que faz o itinerário: Setor Garavelo à Praça da Bíblia e vice-versa só trafega lotado. Muito das vezes com excesso de passageiros; e sempre no horário que uso o referido ônibus tem também um infeliz que o usa, lá da sua maneira.
O dito cujo só viaja na porta de saída e sempre com uma mochila nas costas ou na frente (peito), presa por amarras de lona. Sem problemas neste seu jeito de ser e/ou vestir, mas esta de atrapalhar, parado na porta do ônibus desde quando entra e estaciona ali, é que dá nos nervos (todo dia). Quando um outro passageiro precisa descer ele desce antes, se põe de lado da porta, pelo lado de fora, espera quem está dentro sair; e volta para dentro. Só que numa desta descida se deu mal.
Quando quis retornar para dentro do ônibus, o motorista já tinha acionado o dispositivo de fechar a porta; nosso amigo só conseguiu por um braço para dentro, o corpo ficou de fora. De certa forma ele teve sorte, por que conseguiu, mesmo do lado de fora e com a porta fechada, subiu no degrau da porta; e exatamente ali, onde é o ponto cego, na visão do motorista. Como este não viu o incauto, pôs o ônibus em movimento. Foi um pandemônio dentro do ônibus! Uma gritaria generalizada:
- Pára o ônibus! Tem um homem de fora!
Para o motorista, ter um homem do lado de fora do ônibus, não afeta em nada, é mais do que normal, azar de quem está de fora, principalmente nestes dias de chuva.
Um usuário mais ignorante gritou:
- Motorista filho da puta! Tem um homem pendurado na porta!
Como não via o infeliz, o motorista continuou pisando no acelerador e respondeu:
- Se está do lado de fora que fique lá!
Foi aí que alguém mais esperto alertou o motorista:
- O cara está preso na porta do ônibus.
Com o ônibus ainda em movimento o motorista abriu a porta. O babaca, pelo menos ágil, conseguiu entrar.
E tudo seguiu seu curso, até mesmo aquela lagarta que tentava subir, pelo lado de dentro, da lateral para o teto do ônibus, o conseguiu.
Como sempre não alterou meus batimentos cardíacos e nem inflacionou o mercado de alfaces na feira. Mas o cotovelo do cara arrastado pelo ônibus ficou doendo a valer... vi quando o besta o massageava.
P. S. Mais um acontecimento verídico neste meu cotidiano de usuário do transporte coletivo.