NA ESPERANÇA DE QUE TUDO NÃO PASSE DE "MEDO"
“Escrevo para desabafar à minha própria alma.”
Sempre que resolvo escrever, é por medo de dizer a ela o que realmente sinto, tanto pela rejeição, e também porque acho que até ela não me entenderia. Acho que, não sei ao certo, mas pelo que ela demonstra, também não sente o mesmo que sinto. Mas, eu só queria que ela soubesse o que passo todos os dias, ao dormir, ao acordar, queria que ela soubesse o quanto sofro pela sua ausência, queria que ela soubesse dos planos que faço e que fiz para ela, e dos tantos que ela mesmo estragou sem saber da existência deles.
Planejei nos encontrar, planejei o dia todo para nós, planejei fazer deste dia o melhor. Planejei pedi-la em namoro, comprei até as alianças (não sei se sou muito ingênuo em arriscar tanto em alguém que não sei quais são suas verdadeiras intenções) mas tudo foi tão em vão, de um segundo para outro, caí num intenso e profundo mar negro, solidão e medo, tristeza e arrependimento, tudo isso e muito mais caíram sobre mim quando ela desistiu de vir me ver. Dizia ela ter um compromisso da igreja (mas porque sempre tem que ter alguma coisa? Não sei se foi verdade ou mais uma desculpa.) Aquilo me invadiu, aquela tristeza, aquele arrependimento me conduzido. Respondi a ela que estava tudo bem (quer dizer, a parte de ódio em mim falou, enquanto meu coração gemia de dor) e ela disse pra mim não ficar triste, como se por suas palavras eu pudesse extrair o antidoto da amargura e dão solidão que sinto.
Sei que você também pode não me entender e nem ter o que dizer sobre, mas nem eu sei o que dizer, pois isso não sou eu escrevendo ou falando, é minha alma clamando por misericórdia e meu coração, por ela. E contudo, sou forçado a viver com isso, na esperança de que tudo não passe de medo.