Café fora da lei na Bahia

Estar na Bahia, ir numa Universidade para tomar um café, seja num local apropriado, seja numa biblioteca nem sempre é uma tarefa tão fácil quanto se imagina. Haja vista ser lícito, em tese, a cafeína não poderia configurar como vilão na hora de ter seu embargo feito por autoridades que distribuem rudezas, a saber, proibições por proibir. E neste caso, estando na biblioteca da Universidade, uma ação isolada também pode ser entendida como vandalismo ou terrorismo. E o que em alguns lugares pode gerar uma advertência, aqui pode se intensificar em nervos, surras e cadeia para os beberrões de borras e vândalos do copo.

O fato é que, estando numa Universidade na Bahia, seja ela estadual no que se limita, café pode ser uma arma química, ou sabe lá o que organizações do governo tem a dizer sobre isso. Beberragem aqui de café é terror, e deve ser combatida com cacetetes e aspereza, ou como dizemos no popular; "a situação pode Ficar preta".

O que em suma quero dizer diz respeito a um epsódio acontecido numa Universidade Estadual deste estado. Naquela oportunidade, falando agora como um individuo particular e estando em atividade de estudos no momento oportuno, para beber um café tive de enfrentar toda a máquina do estado. E só fiz isso mesmo porque pensei, hoje quero ser um revolucionário e no que tange à alguns goles do pretinho quente que é preparado pelo doce gostinho da culinária de minha companheira, (que o faz todos os dias com grande acuidade nas medidas da sua perfeição), ser preso pelo transporte da bomba atômica, a saber, o poder descontrolado do café, fez-me enfrentar cinco funcionários de patentes diferentes, e por fim, como era de se esperar, para o agrado do espírito daqueles que proíbem coisas sem sentido, também fui convidado a ter sob meus olhos, para meu deleite, guardas com armas e ameaça de viaturas.

Imaginem a situação; "- Jogue o café no chão e saia com as mãos para o alto!"

Ademais, nem tenho fantasias com guardas ou coisas do tipo, sou uma pessoa digamos comum. Obviamente que poderia retirar meu café, pensando sobretudo que não havia necessidade de tanta exposição. É importante acrescentar também, que o regimento da biblioteca "não permitia alimentos." Mas naquele dia, estando na instituição máxima do estado, uma universidade, queria saber até onde se levam a cabo leis tão surreais.

Em outra situação seria bem fácil confeccionar uma advertência ou coisa do tipo, mas aqui na Universidade da Bahia, para banir o mau no mundo, (o café), é necessário mostrar quem manda, se for necessário pode-se usar armas, e mais ainda, quem sabe, pode-se também dar um fim no tal revolucionário.

Na sequencia do meu devaneio pelo café, finalizante em saber agora como se daria meu destino frente a última consequencia que a Universidade se utilizou para evitar meu ataque terrorista, e frente a toda aquela situação que se dava na minha desrespeitosa ação para com as leis, embasei um argumento sobre uma pesquisa empírica científica e acadêmica sobre os resultados científicos que doses do líquido quente proporcionavam, mas sobremaneira, não foi suficiente.

Eles tinham armas e queriam justiça. Queriam fazer valer a lei. E de certo modo, estudar e tomar café certamente é uma atividade fora da lei, e de algum modo, como diziam, merece repressão. Isso segundo regimento da Universidade da Bahia que diz:

"Jogue o líquido quente no chão e mãos para o alto! Se tocar no café atiraramos."

Pingado
Enviado por Pingado em 02/04/2014
Reeditado em 11/04/2014
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