Coração, maldita mente

As mãos estão mais tremulas que o normal. O coração ta correndo tanto que quase não acompanho. A cabeça grita: “Avante! Avante!”. Me arrasto, perturbado.

Então, deparo-me vez e mais o quanto a vida é realmente uma caixinha de surpresas. Sou a cada dia mais surpreendido pelos que se colocam ao meu lado. Sou um corretor de imóveis, bem sucedido por sinal. Faço muitos contatos e conheço pessoas o tempo todo, afinal, trabalho para ajudar a realizar o sonho delas. Disponho-me a situações e casos que não imaginaria nunca assistir. Tem muitos casais que expõe toda sua vida, fico um tanto perplexo. Sou durão, perfeccionista e gosto das coisas certas e comuns. Estranho o novo, mas (com dor, relutando, destruindo as barreiras) acabo me habituando.

Eu tenho medo de quase tudo, mas tenho coragem de encarar a vida. Sonho bastante, coisas básicas, não quero muito. Só o necessário.

Queria ajudar mais as pessoas, os pobres, os doentes. Ouvi-los e contar histórias. Mas mais do que isso, queria ter domínio sobre meus bichos interiores. Meu terapeuta me ajuda, nossa, e como.

Só que, sabe quando tudo parece te dominar? Quando entra em desespero? “Não consigo, cara!”, é a resposta que eu queria dar para tudo que me tortura. Por quê é tão complicado lidar com o nosso próprio eu? Bato tanto de frente com meu coração, que ultimamente ele tem se rendido as emoções da minha mente, engraçado não é? Normalmente seria ao contrário.

Tenho ficado louco, surtado em momentos inoportunos. Estou assustado, perdido. Mas o mais louco disso tudo é que eu sei o que eu quero, sei quem sou, só preciso mudar um montão de coisas. É isso que me deixa aflito. Então, se alguém souber me responder, aqui deixo minha maior pergunta: Por quê o coração doi quando exponho-me aquilo que não quero? Mas tenho que fazer, por algo bem maior, como o amor.

Laura Aquino
Enviado por Laura Aquino em 31/03/2014
Reeditado em 31/03/2014
Código do texto: T4751180
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