LÚCIOS O LOUCO DA JANELA
LÚCIOS O LOUCO DA JANELA
Tudo é antigo, nada é novo, tudo na vida é dolo. O vinho estava bêbado em minha boca naquela sarjeta, O vinho era viscoso em meu sangue. Fui o filho do príncipe que virou bicho maquiavélico, o filho maníaco que não quis dizer nada daquilo que queria dizer ao pai. Da janela eu via a rua vazia e a menina do segundo andar cheirando rapé e uma criança que saiu correndo da vida. O louco da janela, lúdico da janela, Lúcio da janela o silêncio do soluço perdia se na noite que entre gritos de pernilongos e gemidos de uma mulher que era estuprada na rua. Motos e carros de policia passeavam sobre meu travesseiro e meu sangue O negativo voava no intimo de um inseto que hora vinha em meu ouvido sorrir de mim. Tudo estava desmoronando, mas lembrei-me que tinha duas mãos para poder reconstruir o que desabou.